Salmo 86:15

O versículo em questão, "Porém tu, Senhor, és um Deus cheio de compaixão, e piedoso, sofredor, e grande em benignidade e em verdade," revela a essência do divino em sua forma mais pura e acessível à compreensão humana. Ele nos oferece um vislumbre do coração de Deus, um coração transbordante de amor incondicional e paciência infinita.

Compaixão: A compaixão divina vai além da simples simpatia. É uma profunda identificação com o sofrimento humano, uma capacidade de sentir a dor do outro como se fosse sua própria. Deus não observa o sofrimento de longe, com indiferença. Ele se aproxima, se envolve e oferece consolo, cura e esperança. É como um pai que abraça o filho ferido, compartilhando sua dor e oferecendo o amparo necessário para a recuperação.

Piedade: A piedade, nesse contexto, não se refere apenas à devoção religiosa, mas a uma profunda misericórdia e ternura. É a capacidade de perdoar, de oferecer uma nova chance, de ver o potencial de bondade mesmo nos corações mais endurecidos. Deus não nos julga com rigor implacável, mas com um olhar amoroso que busca a redenção e a transformação. É a manifestação de um amor que não desiste, que acredita na possibilidade de mudança e crescimento.

Sofredor: A palavra "sofredor" nos revela que Deus não é imune à dor. Ele não está distante, intocado pelas tribulações do mundo. Pelo contrário, ele compartilha nossas aflições, carrega nossos fardos e chora conosco. A cruz de Cristo é a prova máxima desse sofrimento vicário, da disposição de Deus em se sacrificar por amor à humanidade. Ele entende nossas lutas porque as vive conosco, oferecendo força e coragem para perseverar.

Grande em Benignidade: A benignidade de Deus é sua bondade transbordante, sua disposição em abençoar e favorecer seus filhos. É uma fonte inesgotável de graça, misericórdia e provisão. Ele não retém o bem, mas o oferece abundantemente, suprindo nossas necessidades e nos presenteando com alegria, paz e esperança. Sua benignidade é como a luz do sol, que irradia calor e vida para todos.

Em Verdade: A verdade divina é a base de toda a criação, o alicerce da justiça e da retidão. Deus é a personificação da verdade, e sua palavra é fiel e imutável. Ele não engana, não manipula, mas se revela com clareza e transparência. Conhecer a verdade de Deus é libertador, pois nos permite discernir o certo do errado, o verdadeiro do falso, e viver em conformidade com sua vontade.

Em suma, este versículo é um convite à intimidade com um Deus que é amor, misericórdia, compaixão e verdade. Ele nos oferece a promessa de que, em meio às dificuldades da vida, podemos sempre encontrar refúgio e consolo em seus braços amorosos.