Salmo 72:3
Os montes trarão paz ao povo, e os outeiros, justiça.
Este versículo, profundamente poético, evoca uma visão de harmonia e equilíbrio que transcende a mera geografia. Quando os montes trazem paz e os outeiros, justiça, estamos falando de uma transformação da consciência coletiva, uma elevação do espírito humano que se manifesta na própria realidade.
Os montes, em muitas tradições espirituais, simbolizam elevação, a busca pela transcendência, a conexão com o divino. Eles representam os desafios da vida, as dificuldades que precisamos escalar para alcançar um estado de maior compreensão e sabedoria. Quando se diz que os montes "trazerão paz", isso significa que a própria jornada espiritual, o processo de superação dos obstáculos internos e externos, se tornará uma fonte de serenidade e contentamento.
Não se trata de uma paz passiva, uma ausência de conflito, mas sim de uma paz ativa, conquistada através da resiliência, da compaixão e da busca pela verdade. É a paz que reside no centro do furacão, a calma interior que nos permite enfrentar as tempestades da vida com coragem e fé. Essa paz, irradiada de indivíduos transformados, se espalha pela sociedade, influenciando positivamente o mundo ao seu redor.
Os outeiros, por sua vez, representam a estabilidade, a fecundidade, a base sobre a qual construímos nossas vidas. Eles são a terra fértil que nutre nossos sonhos e projetos. Quando se afirma que os outeiros trarão "justiça", isso significa que a equidade, a imparcialidade e o respeito pelos direitos de todos se tornarão os pilares da sociedade.
A justiça, nesse contexto, não se limita à aplicação da lei, mas abrange um senso profundo de responsabilidade social, a preocupação com o bem-estar do próximo e o compromisso com a criação de um mundo mais justo e igualitário para todos. É a justiça que brota da compaixão, da empatia e da compreensão da interconexão de todos os seres.
Portanto, este versículo nos convida a uma profunda reflexão sobre o nosso papel na construção de um mundo mais pacífico e justo. Ele nos lembra que a transformação começa dentro de nós, em nossa própria jornada espiritual. Ao escalarmos os montes da vida com coragem e buscarmos a paz interior, e ao cultivarmos a justiça em nossos corações, estaremos contribuindo para a criação de um futuro mais harmonioso e próspero para toda a humanidade. A paz dos montes e a justiça dos outeiros se manifestam, então, como um reflexo da nossa própria evolução espiritual.

Catecismo da Igreja Católica (edição de bolso)

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