Salmo 10:14

Este versículo nos revela um aspecto fundamental da Divindade, um olhar atento e compassivo para o sofrimento humano. A frase "Tu o viste" indica que nada escapa à percepção divina. Deus observa com atenção o "trabalho e enfado", ou seja, a labuta, o cansaço, as dificuldades e as dores que permeiam a vida das pessoas.

A compaixão divina não é passiva. "Atentas para... para o retribuir com tuas mãos" sugere que Deus não apenas testemunha o sofrimento, mas age ativamente para aliviá-lo. Essa "retribuição" não se limita a uma recompensa material, mas abrange o consolo, a força interior, a esperança renovada e a justiça que se manifesta no tempo certo. As "tuas mãos" representam a ação divina no mundo, seja através de intervenções diretas, seja através de pessoas que se tornam instrumentos da bondade e da misericórdia.

A profundidade da mensagem se intensifica com "a ti o pobre se encomenda". O "pobre" aqui transcende a condição material. Refere-se a todos aqueles que se sentem desamparados, vulneráveis e necessitados de auxílio, seja físico, emocional ou espiritual. A confiança depositada em Deus é um ato de fé, um reconhecimento de que Ele é a fonte última de amparo e proteção. Entregar-se à Divindade significa abrir o coração para receber a Sua graça e permitir que a Sua vontade se manifeste em nossas vidas.

Finalmente, "tu és o auxílio do órfão" consolida a imagem de Deus como um Pai amoroso e protetor. O órfão, desprovido da figura paterna, representa a máxima vulnerabilidade. Deus assume esse papel, oferecendo cuidado, direção e amor incondicional. Essa afirmação ressalta a universalidade do amor divino, que se estende a todos, especialmente àqueles que se sentem mais desamparados. A promessa é clara: Deus é o refúgio seguro, o porto de abrigo para todos os que buscam o Seu auxílio.