Salmo 92:11
Os meus olhos verão o meu desejo sobre os meus inimigos, e os meus ouvidos ouvirão o meu desejo acerca dos malfeitores que se levantam contra mim.
Este versículo ecoa uma profunda esperança de justiça e redenção, traduzindo-se em uma visão espiritual de triunfo sobre as adversidades e a negatividade que nos cerca. Não se refere necessariamente a inimigos físicos ou malfeitores em um sentido literal, mas sim às forças internas e externas que nos impedem de alcançar a plenitude e a paz.
Quando se diz "os meus olhos verão o meu desejo sobre os meus inimigos", isso transcende a mera vingança. Significa a capacidade de testemunhar a transformação da energia negativa. Ver com os olhos espirituais é enxergar além da superfície, percebendo que até mesmo as situações e pessoas que nos desafiam carregam em si um potencial de cura e crescimento. É a visão da superação, onde os obstáculos se tornam degraus para uma maior compreensão e força interior.
O "desejo" aqui não é um anseio egoísta, mas sim a aspiração por um estado de harmonia e equilíbrio. É o anseio por ver a luz dissipar a escuridão, tanto dentro de nós quanto no mundo ao nosso redor. É a fé inabalável de que o bem prevalecerá, mesmo quando as aparências sugerem o contrário.
A afirmação "os meus ouvidos ouvirão o meu desejo acerca dos malfeitores que se levantam contra mim" complementa a visão com a audição, representando a percepção consciente da mudança. Ouvir espiritualmente significa estar atento à mensagem oculta nas dificuldades, reconhecendo as lições que elas nos trazem. Os "malfeitores" podem ser nossos medos, inseguranças, padrões de pensamento destrutivos ou até mesmo influências externas que nos desviam do nosso caminho.
Ouvir o "desejo" em relação a eles implica em internalizar a compreensão de que a transformação é possível. É escutar a voz da sabedoria interior que nos guia para a resolução dos conflitos, para a libertação das amarras do passado e para a construção de um futuro mais alinhado com a nossa essência divina. É a escuta atenta que nos permite discernir a verdade em meio ao caos.
Em essência, o versículo celebra a capacidade humana de transmutar a adversidade em oportunidade, de encontrar a paz interior em meio à turbulência e de manifestar a justiça divina em todas as áreas da vida. É um lembrete de que somos seres poderosos, capazes de cocriar a realidade que desejamos, desde que estejamos alinhados com os princípios do amor, da compaixão e da verdade.

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Catecismo da Igreja Católica (edição de bolso)
