Salmo 71:12

Este versículo, clamado do profundo da alma, ressoa com a urgência da conexão divina. Quando se suplica "Ó Deus, não te alongues de mim", não se está apenas expressando um medo da solidão, mas sim um anseio pela presença imediata e tangível da Fonte. É o reconhecimento de que, na jornada humana, há momentos em que a sensação de separação de Deus se torna insuportável, como se um véu denso obscurecesse a luz da Verdade.

O "alongar-se" de Deus não implica uma mudança na Divindade, que é onipresente e imutável. Em vez disso, reflete uma percepção alterada em nós. Nossas provações, medos e dúvidas podem criar barreiras internas que nos impedem de sentir a proximidade divina. É como sintonizar uma estação de rádio: a frequência está sempre lá, mas precisamos ajustar nosso receptor para ouvi-la claramente.

O pedido "meu Deus, apressa-te em ajudar-me" carrega consigo a intensidade de um coração aflito. Não se trata de uma exigência, mas sim de um grito sincero por socorro. A palavra "apressa-te" evoca a imagem de alguém à beira de um precipício, necessitando de intervenção imediata. É um reconhecimento da nossa fragilidade e dependência do amor incondicional de Deus.

A beleza deste clamor reside na sua vulnerabilidade. Ao admitirmos nossa necessidade, abrimos espaço para que a graça divina flua em nossas vidas. A "ajuda" solicitada pode se manifestar de diversas formas: um conselho sábio, um abraço reconfortante, uma intuição clara, ou simplesmente a paz que transcende todo o entendimento. O importante é permanecer receptivo aos sinais e à orientação que emanam do Divino.

Em essência, este versículo é um lembrete poderoso de que não estamos sozinhos em nossas lutas. Podemos, e devemos, buscar a Deus em todos os momentos, especialmente naqueles em que a escuridão parece nos engolir. A fé, expressa através da oração e da entrega, é a chave que abre a porta para a presença e a assistência divinas, dissipando a ilusão da separação e nos reconectando com a Fonte de toda a vida.