Salmo 69:28

O versículo "Sejam riscados do livro dos vivos, e não sejam inscritos com os justos" evoca uma imagem poderosa e profundamente espiritual sobre as consequências de escolhas que nos afastam do caminho da luz e da justiça. Para compreendermos a mensagem por trás dessas palavras, precisamos desvendar o simbolismo do "livro dos vivos" e da "inscrição com os justos".

O "livro dos vivos" pode ser interpretado como um registro cósmico, uma espécie de espelho da alma onde cada vida e suas ações são gravadas. Não se trata necessariamente de um livro físico, mas sim da memória universal, da consciência divina que acompanha a jornada de cada ser. Ser "riscado" deste livro significa, em um sentido espiritual, perder a conexão com a fonte da vida, com a energia vital que nos anima. É um afastamento da essência divina, resultado de atitudes e escolhas que vibram em dissonância com o amor, a compaixão e a verdade.

Essa "exclusão" não deve ser entendida como uma punição arbitrária de um Deus vingativo, mas sim como a consequência natural de nossas próprias ações. Cada escolha que fazemos, cada pensamento que cultivamos, cada palavra que proferimos, tem um impacto no universo e em nosso próprio ser. Quando consistentemente optamos pelo egoísmo, pela maldade e pela injustiça, criamos um campo de energia negativo que nos distancia da luz e nos "desconecta" da fonte da vida. É como um rio que, ao se desviar do seu leito natural, seca e perde sua vitalidade.

A "inscrição com os justos" representa a comunhão com aqueles que trilham o caminho da virtude, da retidão e da harmonia com o universo. Estar "inscrito" com os justos significa compartilhar da mesma vibração de amor, paz e sabedoria. Significa fazer parte de uma comunidade espiritual que se apoia mutuamente na busca pela evolução e pela iluminação. Quando nos alinhamos com esses princípios, atraímos para nossa vida a proteção, a orientação e a inspiração necessárias para superarmos os desafios e cumprirmos nosso propósito divino.

Portanto, o versículo nos alerta para a importância de cultivarmos a bondade, a justiça e a compaixão em nossas vidas. Ele nos convida a refletir sobre nossas escolhas e a buscarmos o alinhamento com a vontade divina, para que possamos permanecer conectados à fonte da vida e fazermos parte da comunidade dos justos. Não se trata de evitar um castigo, mas sim de abraçar a oportunidade de vivermos em plenitude, em harmonia com o universo e com o nosso próprio ser.

A mensagem central reside na responsabilidade individual sobre nosso destino espiritual. Nossas ações moldam a realidade que experimentamos e determinam se permaneceremos conectados à luz ou se nos distanciaremos dela. O "livro dos vivos" e a "inscrição com os justos" são, portanto, metáforas poderosas que nos lembram da importância de vivermos uma vida de virtude, amor e serviço ao próximo, para que possamos florescer em plenitude e cumprir nosso propósito divino.