Salmo 38:13
Mas eu, como surdo, não ouvia, e era como mudo, que não abre a boca.
Este versículo, carregado de simbolismo, revela uma postura interior de silêncio e não resistência diante de adversidades ou acusações. É uma escolha consciente de não se envolver em debates ou defesas, optando por uma quietude que transcende a mera ausência de som.
A imagem do "surdo" que não ouve sugere um desapego das críticas e julgamentos externos. Não se trata de uma surdez física, mas sim de uma capacidade de filtrar o ruído do mundo, de não se deixar abalar pelas palavras negativas que possam ser direcionadas a nós. É a habilidade de se manter centrado no próprio interior, protegendo a paz interior da influência de energias dissonantes.
A comparação com o "mudo" que não abre a boca aprofunda essa ideia de silêncio intencional. Não é uma mudez imposta, mas sim uma escolha deliberada de não responder às provocações. Há uma sabedoria profunda em reconhecer que nem toda acusação merece uma resposta, que nem toda crítica merece uma defesa. Às vezes, o silêncio é a resposta mais eloquente, uma demonstração de força interior e autocontrole.
Essa postura de "surdo" e "mudo" pode ser vista como uma prática espiritual de desapego do ego e de suas necessidades de validação. Ao não se defender das acusações, a pessoa se liberta da necessidade de provar seu valor ou de se justificar perante os outros. Isso permite que ela se concentre em seu próprio crescimento espiritual, em sua própria jornada de autoconhecimento.
Em um nível mais profundo, o versículo pode ser interpretado como uma representação da humildade. A pessoa que se comporta como "surda" e "muda" reconhece que não possui todas as respostas, que não é perfeita e que pode estar errada. Essa humildade a permite aprender com seus erros e a evoluir como ser humano. Além disso, essa postura desarmada pode até mesmo desarmar a agressividade alheia, criando um espaço para a compreensão e a reconciliação.
Portanto, este versículo não é um convite à passividade ou à aceitação cega de qualquer tipo de abuso. Pelo contrário, é um chamado à sabedoria, à serenidade e ao discernimento. É um lembrete de que o silêncio, quando escolhido conscientemente, pode ser uma poderosa ferramenta de cura, de proteção e de crescimento espiritual.

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