Salmo 16:10
Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.
Este versículo, frequentemente atribuído ao Salmo 16:10, ressoa profundamente com a promessa de esperança e transcendência sobre a morte. "Não deixarás a minha alma no inferno" pode ser interpretado como a garantia de que a essência espiritual, a alma, não será abandonada ao sofrimento eterno ou à completa aniquilação após a morte física. Em um sentido espiritual, o "inferno" aqui não se refere necessariamente a um local geográfico, mas sim a um estado de separação de Deus, um estado de escuridão, dor e desespero. A promessa é que, para aqueles que confiam e buscam uma conexão com o Divino, essa separação não será permanente.
A ideia central é que o laço entre a alma e a fonte divina é indestrutível. Mesmo através da experiência da morte, esse laço permanece. A alma, impregnada pela fé e pelo amor a Deus, encontra um caminho de volta à luz, evitando a permanência na escuridão do "inferno". Este caminho de volta pode ser visto como uma jornada de purificação, aprendizado e ascensão espiritual, onde a alma se liberta de apegos terrenos e se aproxima cada vez mais da perfeição divina.
"Nem permitirás que o teu Santo veja corrupção" complementa a primeira parte do versículo, reforçando a ideia de que a santidade e a integridade espiritual são protegidas da deterioração e da decadência. "Teu Santo" pode se referir a alguém que vive em profunda comunhão com Deus, cuja vida reflete os valores divinos de amor, compaixão e justiça. A "corrupção" aqui não se limita à decomposição física do corpo, mas também à corrupção moral, à influência do ego e às forças negativas que podem obscurecer a luz interior.
A promessa é que a influência divina preserva a pureza da alma, impedindo que ela seja completamente consumida pela negatividade. Mesmo após a morte, a essência sagrada permanece intacta, livre da mancha da corrupção. Isso implica que a vida vivida em alinhamento com os princípios espirituais tem um poder transformador que transcende a morte, garantindo a preservação da integridade da alma. A corrupção, em sua forma mais profunda, é a perda da conexão com o Divino, e este versículo nos assegura que essa conexão, uma vez estabelecida e nutrida, não será rompida.
Em resumo, este versículo oferece uma mensagem de esperança e conforto. Ele nos assegura que a morte não é o fim da jornada espiritual, mas sim uma transição para uma nova fase. A alma, protegida pelo amor divino, escapa do sofrimento eterno e permanece livre da corrupção, continuando sua jornada em direção à luz e à união com o Criador. É um convite para vivermos vidas de fé, integridade e amor, sabendo que a nossa essência espiritual será preservada e elevada.

Catecismo da Igreja Católica (edição de bolso)

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