Salmo 24:2
Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios.
Este versículo, extraído do Salmo 24:2, ecoa uma verdade profunda sobre a criação e a conexão espiritual que temos com o mundo que nos rodeia. A imagem de Deus "fundando" a Terra sobre os mares e "firmando" sobre os rios transcende a mera descrição geográfica. Ela nos convida a contemplar a base da nossa existência sob uma nova luz.
Os mares, vastos e misteriosos, representam o inconsciente coletivo, o reino das emoções, dos sonhos e das energias primordiais. Fundar a Terra sobre os mares implica que a realidade material que percebemos é construída sobre uma base fluida e emocional. Nossas vidas, nossas sociedades, nossas estruturas, tudo repousa sobre o oceano profundo da nossa psique compartilhada. É um lembrete de que nossas emoções, intuições e até mesmo os medos que compartilhamos moldam a nossa experiência no mundo.
Os rios, por sua vez, simbolizam o fluxo constante da vida, a passagem do tempo, a mudança e a adaptação. Firmar a Terra sobre os rios sugere que a estabilidade não reside na rigidez, mas na capacidade de fluir com as transformações. A verdadeira solidez não é estática, mas dinâmica, assim como uma árvore que se curva ao vento sem quebrar. Precisamos estar abertos à mudança, permitir que a vida nos conduza, aprendendo com cada correnteza e cada obstáculo que encontrarmos.
A combinação dos mares e dos rios nesta imagem poderosa nos ensina que a base da nossa existência é ao mesmo tempo profunda e fluida. Precisamos reconhecer e honrar a nossa conexão com o inconsciente coletivo, explorando as profundezas das nossas emoções e intuições. Ao mesmo tempo, devemos abraçar a mudança, permitindo que a vida flua através de nós, moldando-nos e transformando-nos. É nesse equilíbrio entre a profundidade e o fluxo que encontramos a verdadeira estabilidade e a verdadeira conexão com a Fonte Criadora.
Portanto, quando contemplamos este versículo, somos convidados a olhar para além da superfície e a reconhecer a profunda interconexão entre a nossa realidade interna e o mundo exterior. Somos chamados a encontrar a nossa base não na ilusão de controle, mas na aceitação da fluidez da vida e na confiança na sabedoria do nosso inconsciente. Ao fazer isso, podemos construir uma base sólida para uma vida significativa, uma vida que flui em harmonia com o universo.

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