Salmo 98:9

Este versículo ressoa profundamente com a promessa de justiça divina e transformação para toda a criação. Quando se fala em "face do Senhor", não se refere a um rosto físico, mas sim à presença onisciente e onipotente da Divindade, uma força cósmica que permeia tudo. Estar "perante a face do Senhor" significa, portanto, que nada escapa ao Seu conhecimento e que tudo está sujeito às Suas leis universais.

A vinda do Senhor para "julgar a terra" não deve ser interpretada como um evento punitivo e aterrorizante, mas sim como um processo de purificação e reequilíbrio. É um chamado à responsabilidade, um convite para que cada um de nós examine suas ações, seus pensamentos e seus sentimentos, alinhando-os com os princípios da verdade, do amor e da compaixão. Este "julgamento" é, na verdade, uma oportunidade de crescimento espiritual e de redenção.

A justiça divina, diferente da justiça humana, não é baseada em leis arbitrárias ou em punições retributivas. Ela se manifesta através da lei do karma, da causa e efeito. Cada ação, cada intenção, gera uma consequência que, mais cedo ou mais tarde, retorna para o indivíduo, para a sociedade e para o planeta. Assim, o "julgamento" é um reflexo das nossas próprias escolhas e da energia que emanamos para o universo.

Julgar o mundo "com justiça" implica que cada ser receberá o que lhe é devido, de acordo com o seu mérito e a sua necessidade. Não há favoritismo ou parcialidade na justiça divina. Ela é imparcial, equitativa e compassiva. O objetivo não é punir, mas sim restaurar a harmonia e promover o bem-estar de todos.

A promessa de julgar "o povo com equidade" oferece esperança para aqueles que sofrem injustiças e desigualdades. Significa que todos terão a oportunidade de evoluir, de aprender e de se aperfeiçoar. A equidade não significa igualdade, mas sim tratar cada um de acordo com as suas necessidades e capacidades, oferecendo as mesmas oportunidades para que todos possam alcançar o seu pleno potencial.

Em última análise, este versículo nos convida a despertar para a nossa responsabilidade como cocriadores da realidade. Somos chamados a praticar a justiça, a compaixão e a equidade em todos os aspectos da nossa vida, contribuindo para a construção de um mundo mais justo, mais fraterno e mais harmonioso. A "vinda do Senhor" é um evento contínuo, que se manifesta a cada momento, em cada escolha que fazemos, em cada pensamento que nutrimos. Que possamos estar sempre abertos e receptivos à Sua presença transformadora.