Salmo 91:8
Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios.
Este versículo, em sua essência, revela uma profunda verdade sobre as leis universais da causa e efeito, e a inevitabilidade da justiça cósmica. Ele nos diz que, em vez de nos envolvermos ativamente na punição ou no julgamento dos outros, somos chamados a testemunhar, a observar com clareza e desapego, o desenrolar das consequências das ações daqueles que vivem em desarmonia com os princípios divinos.
A frase "Somente com os teus olhos contemplarás" sugere uma postura de observador, uma posição de consciência elevada que transcende o imediatismo das emoções e a necessidade de intervenção. Não somos chamados a ser juízes ou executores, mas sim a aprender com a experiência, a compreender a mecânica da retribuição divina que se manifesta na vida de cada indivíduo.
Essa contemplação não deve ser movida por sentimentos de vingança ou satisfação com o sofrimento alheio. Pelo contrário, deve ser um exercício de aprendizado e compaixão. Ao observarmos as dificuldades enfrentadas por aqueles que trilham caminhos tortuosos, podemos fortalecer nossa própria determinação em seguir a senda da virtude e da retidão. A dor alheia pode se tornar um espelho que reflete as possíveis consequências de nossas próprias escolhas, incentivando-nos a agir com sabedoria e discernimento.
A "recompensa dos ímpios" não se refere necessariamente a um castigo imposto por uma entidade externa, mas sim às consequências naturais e inevitáveis de suas próprias ações. A lei do carma, ou a lei da causa e efeito, está sempre em operação, garantindo que cada pensamento, palavra e ação retorne ao seu autor de alguma forma. Aqueles que semeiam discórdia, injustiça e sofrimento, inevitavelmente colherão os frutos amargos de suas escolhas.
É importante ressaltar que essa "recompensa" não é um ato de vingança divina, mas sim um processo de aprendizado e evolução. As dificuldades enfrentadas pelos "ímpios" são oportunidades para que eles reconheçam seus erros, corrijam seu curso e retornem ao caminho da harmonia e do amor. A justiça divina não é punitiva, mas sim restauradora, buscando o bem maior de todos os seres.
Portanto, o versículo nos convida a cultivar uma visão compassiva e desapegada, a observar o mundo com olhos de sabedoria e compreensão, reconhecendo que cada indivíduo é responsável por suas próprias escolhas e que as consequências dessas escolhas são parte de um processo maior de aprendizado e crescimento espiritual. Ao contemplarmos a "recompensa dos ímpios", podemos fortalecer nossa própria fé na justiça divina e renovar nosso compromisso com a prática do bem.

Alma ferida, alma curada: Os caminhos da fé para vencer os problemas

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