Salmo 90:5
Tu os levas como uma corrente de água; são como um sono; de manhã são como a erva que cresce.
O versículo em questão nos oferece uma profunda reflexão sobre a natureza transitória da existência humana, usando analogias poderosas para ilustrar a brevidade da vida e a inevitabilidade da mudança.
"Tu os levas como uma corrente de água": Esta imagem evoca a força implacável do tempo e da vida. Uma correnteza não para, ela flui constantemente, carregando tudo consigo. Assim como a água molda a paisagem, o tempo e as experiências moldam nossas vidas, nos transformando e nos conduzindo inexoravelmente para frente. A correnteza representa a força maior, o destino ou a vontade divina, que guia o fluxo da existência, independentemente de nossos desejos ou resistências. É um lembrete de que não temos controle total sobre o curso da vida, e que devemos aprender a fluir com ela, em vez de lutar contra sua corrente.
"São como um sono": O sono é um estado de inconsciência, uma pausa na atividade consciente, onde o mundo exterior deixa de ter significado imediato. Comparar a vida ao sono sugere que a existência terrena, em sua totalidade, é apenas um breve interlúdio, uma experiência passageira. Assim como acordamos do sono, também despertaremos para uma realidade maior e mais duradoura, transcendendo as limitações e as ilusões do mundo material. O sono também pode representar a ignorância ou a falta de percepção espiritual, sugerindo que muitos vivem suas vidas sem estarem plenamente conscientes de sua verdadeira natureza e propósito.
"De manhã são como a erva que cresce": A erva que brota ao amanhecer é um símbolo de beleza e vitalidade renovadas. A cada dia, a vida se manifesta com frescor e esperança. No entanto, a erva também é frágil e efêmera, rapidamente murchando sob o calor do sol. Esta imagem ressalta a transitoriedade da vida e a rapidez com que as coisas podem mudar. Ela nos lembra para apreciarmos o presente e a beleza que nos cerca, pois nada dura para sempre. A erva também pode simbolizar o potencial inerente a cada ser humano, a capacidade de crescer, florescer e se desenvolver, mas também a vulnerabilidade e a necessidade de cuidado e atenção.
Em conjunto, estas três imagens nos convidam a refletir sobre a nossa mortalidade, a impermanência de todas as coisas e a importância de vivermos o presente com consciência e gratidão. Elas nos lembram que a vida é uma jornada, não um destino, e que a verdadeira sabedoria reside em aprender a aceitar o fluxo da existência, reconhecendo a beleza e a fragilidade de cada momento.

Catecismo da Igreja Católica (edição de bolso)

Alma ferida, alma curada: Os caminhos da fé para vencer os problemas
