Salmo 89:14
Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto.
Este versículo nos revela a essência do poder divino, não como uma força arbitrária, mas como um alicerce construído sobre princípios elevados. Justiça e juízo são as pedras angulares desse trono. A justiça, aqui, representa a retidão perfeita, a equidade absoluta que permeia todas as ações divinas. É a garantia de que cada ser receberá o que lhe é devido, seja recompensa ou correção, de acordo com a lei universal do karma e da causa e efeito.
O juízo, por sua vez, é a capacidade de discernir o certo do errado, de avaliar as intenções e os atos com clareza e imparcialidade. Não se trata de um julgamento punitivo e vingativo, mas sim de uma análise profunda que visa restaurar o equilíbrio e promover a evolução. É a luz da consciência divina que ilumina os recantos mais obscuros da alma, revelando as áreas que necessitam de transformação.
Mas o trono divino não é apenas feito de leis e regras. A misericórdia e a verdade caminham adiante do rosto de Deus, suavizando a rigidez da justiça com a compaixão e iluminando o caminho com a clareza da verdade. A misericórdia é a manifestação do amor incondicional, a capacidade de perdoar e de oferecer segundas chances. É a compreensão profunda das fraquezas humanas e a vontade de auxiliar na jornada de crescimento.
E a verdade é a luz que dissipa a ilusão, a clareza que revela a realidade por trás das aparências. É a força que liberta da ignorância e conduz à sabedoria. A verdade divina não é apenas um conjunto de fatos, mas sim uma vibração elevada que ressoa em sintonia com a essência do Ser. Quando vivemos na verdade, nos alinhamos com o propósito divino e encontramos a paz interior.
Portanto, o trono de Deus é um modelo para a nossa própria jornada. Ao buscarmos a justiça em nossas ações, o discernimento em nossos pensamentos, a misericórdia em nossos corações e a verdade em nossas palavras, nos aproximamos da divindade e manifestamos o reino dos céus na Terra. A justiça sem misericórdia torna-se crueldade, e a misericórdia sem verdade torna-se complacência. O equilíbrio entre esses princípios é a chave para uma vida plena e significativa.

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