Salmo 88:15

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Estou aflito, e prestes tenho estado a morrer desde a minha mocidade; enquanto sofro os teus terrores, estou perturbado.

Explicação

Este versículo clama a Deus em meio a um sofrimento profundo e persistente. A "aflição" mencionada não é uma dor passageira, mas sim uma condição contínua que acompanha o salmista "desde a mocidade". Isso sugere que a provação, seja ela física, emocional ou espiritual, é algo arraigado em sua vida, moldando sua experiência desde os primeiros anos.

A expressão "prestes tenho estado a morrer" revela uma sensação constante de proximidade com a morte. Não se trata necessariamente de uma ameaça física iminente, mas de um estado de espírito onde a esperança parece esvanecer, e a fragilidade da vida se torna palpável. É um sentir constante de que a linha entre a existência e a não existência é tênue, uma experiência de constante vulnerabilidade.

A frase "sofro os teus terrores" pode parecer paradoxal, visto que se dirige a Deus. Contudo, é crucial entender que, na espiritualidade, os "terrores" não necessariamente significam que Deus está causando diretamente o sofrimento. Em vez disso, eles representam a consciência da pequenez humana diante da vastidão e do mistério divino. É a percepção da própria impotência perante as forças da vida e da morte, das provações e dos desafios que parecem esmagadores.

Esses "terrores" podem ser o medo da solidão, da rejeição, da doença, da perda, ou até mesmo o medo da própria morte. Eles são a sombra que paira sobre a alma, lembrando da impermanência e da fragilidade da condição humana. Ao reconhecer que esses "terrores" são, em última análise, parte da experiência da criação e da relação com o divino, o salmista busca encontrar significado e força em sua fé.

Finalmente, "estou perturbado" resume o estado emocional do salmista. A perturbação é a consequência da aflição e do medo. É a agitação interna, a confusão, a falta de paz e de clareza mental. É um estado de desequilíbrio que impede o salmista de encontrar conforto e serenidade. No entanto, é precisamente nesse estado de vulnerabilidade e perturbação que o salmista se volta para Deus em busca de auxílio e consolo, reconhecendo sua própria incapacidade de lidar sozinho com o sofrimento.

A beleza deste versículo reside na honestidade crua e na vulnerabilidade expressa. É um reconhecimento da fragilidade humana e da necessidade de uma força maior para superar as dificuldades da vida. Ao compartilhar sua aflição e perturbação, o salmista abre um espaço para a compaixão e para a esperança, tanto para si mesmo quanto para aqueles que se identificam com sua dor.

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