Salmo 86:16
Volta-te para mim, e tem misericórdia de mim; dá a tua fortaleza ao teu servo, e salva ao filho da tua serva.
Este versículo é um clamor profundo da alma, um grito por auxílio que ecoa a busca incessante pela conexão com o Divino. Nele, encontramos três súplicas interligadas, cada uma revelando uma faceta da nossa necessidade espiritual.
"Volta-te para mim, e tem misericórdia de mim". Aqui, o pedido é por um olhar. Não um olhar casual, mas um olhar de compaixão e atenção. É o reconhecimento de que, muitas vezes, nos sentimos perdidos, distantes da Fonte, como se estivéssemos em um labirinto onde a saída se esconde. Pedir para que o Divino se volte para nós é pedir para que Ele nos veja em nossa vulnerabilidade, em nossas falhas e imperfeições. É um convite à misericórdia, um reconhecimento de que somos merecedores de Seu perdão e Seu amor, independentemente de nossos erros. Implica também, que nos voltemos a Ele, num movimento de entrega e abertura.
"Dá a tua fortaleza ao teu servo". Este é um pedido por força interior, por resiliência e coragem para enfrentar os desafios da vida. A vida, muitas vezes, nos apresenta provações que nos fazem sentir fracos e impotentes. Pedir por fortaleza Divina não significa pedir para que os problemas desapareçam, mas sim para que tenhamos a capacidade de superá-los com graça e sabedoria. É reconhecer que a verdadeira força não reside em nossa capacidade individual, mas sim em nossa conexão com a Fonte, que nos nutre com energia e esperança. É como se pedíssemos para sermos preenchidos com a luz que dissipa a escuridão interna.
"E salva ao filho da tua serva". Esta última súplica é um pedido de proteção e libertação. A referência ao "filho da tua serva" carrega um significado profundo de humildade e pertencimento. É um reconhecimento de que somos todos filhos do Divino, independentemente de nossa origem ou posição social. Salvar, neste contexto, significa libertar-nos das amarras do medo, da dúvida e do sofrimento. É um pedido para sermos guiados para um caminho de paz e plenitude, onde possamos viver em harmonia com nós mesmos, com os outros e com o Universo. É a busca pela redenção, pela cura e pela transformação.
Em suma, este versículo é um poderoso mantra, uma oração que nos conecta com a essência do Divino e nos lembra de nossa verdadeira natureza. É um convite à humildade, à fé e à esperança, que nos fortalece para enfrentar os desafios da vida e nos guia em direção à luz.

Confissões de Santo Agostinho - Edição de Luxo Almofadada

Alma ferida, alma curada: Os caminhos da fé para vencer os problemas
