Salmo 83:9

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Faze-lhes como aos midianitas; como a Sísera, como a Jabim na ribeira de Quisom;

Explicação

O versículo "Faze-lhes como aos midianitas; como a Sísera, como a Jabim na ribeira de Quisom" é um clamor por justiça divina, ecoando a dor e o sofrimento de um povo oprimido. Espiritualmente, ele revela uma profunda confiança na capacidade de Deus de intervir na história, desfazendo as obras da maldade e restaurando a ordem e a paz. É uma súplica para que a mesma força que outrora libertou Israel volte a se manifestar.

A menção aos midianitas remete a um período de grande humilhação para Israel, quando foram constantemente saqueados e subjugados. Deus, então, levantou Gideão para liderar um pequeno exército contra um exército muito maior, demonstrando que a vitória não depende da força humana, mas da fé e da obediência a Deus. Pedir para que a mesma sorte seja dada aos inimigos é invocar a mesma intervenção divina, um lembrete de que Deus é capaz de transformar fraqueza em força e opressão em libertação.

A referência a Sísera e Jabim evoca a história de Débora e Baraque, onde uma mulher profetisa e um líder militar se uniram para derrotar um poderoso exército cananeu. Sísera, o comandante, foi morto por uma mulher enquanto buscava refúgio, simbolizando a fragilidade do poder terreno diante da justiça divina. A ribeira de Quisom, palco dessa batalha decisiva, torna-se um símbolo da destruição dos inimigos de Deus e da vitória dos justos.

Em um nível espiritual mais profundo, o versículo nos convida a refletir sobre as batalhas internas que travamos contra nossos próprios "midianitas", "Siseras" e "Jabins" – as forças do ego, do medo, da dúvida e do pecado que nos oprimem e nos impedem de viver em plenitude. Assim como Israel clamou por libertação, também podemos clamar a Deus para que nos ajude a vencer essas batalhas internas, permitindo que Sua luz e Seu amor preencham nossos corações e nos guiem no caminho da verdade e da retidão. A "ribeira de Quisom" pode representar o ponto de inflexão em nossas vidas, onde, pela graça divina, somos capazes de superar os obstáculos e experimentar a verdadeira liberdade espiritual.

A súplica, portanto, não é meramente um desejo de vingança, mas uma expressão de fé na justiça restauradora de Deus. É o reconhecimento de que o mal tem consequências e de que, no final, o bem prevalecerá. Ao orar para que os inimigos sejam tratados como os midianitas, Sísera e Jabim, estamos pedindo para que a ordem divina seja restabelecida, tanto no mundo exterior quanto em nossos próprios corações, para que possamos viver em paz e harmonia com Deus e com o próximo. É uma declaração de que confiamos em Deus para fazer o que é certo, mesmo quando não entendemos Seus caminhos.

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