Salmo 81:15
Os que odeiam ao Senhor ter-se-lhe-iam sujeitado, e o seu tempo seria eterno.
Este versículo, encontrado no Salmo 81:15, oferece uma perspectiva profunda sobre a natureza da submissão e suas implicações espirituais, especialmente para aqueles que se opõem à divindade.
"Os que odeiam ao Senhor ter-se-lhe-iam sujeitado..." Aqui, a ideia central é a da sujeição. Não se trata de uma sujeição voluntária e amorosa, mas sim de uma submissão forçada, imposta pela inevitabilidade do poder divino. Ainda que no coração de alguém resida ódio ou aversão, a onipotência do Senhor é tal que a submissão, mesmo relutante, se torna inevitável. É como se a própria existência, a própria realidade, estivesse intrinsecamente ligada a Ele, tornando impossível escapar completamente de Sua influência.
Essa sujeição, no entanto, não implica necessariamente em salvação ou redenção. Ela demonstra, acima de tudo, o reconhecimento tácito, ainda que não declarado, da supremacia divina. Mesmo aqueles que renegam a Deus com palavras e atos, estão, no fundo, submetidos às leis universais que Ele estabeleceu. A gravidade, o tempo, a causalidade – todos esses princípios, independentemente da crença individual, governam a vida de todos, inclusive daqueles que O odeiam.
"...e o seu tempo seria eterno." A "eternidade" nesse contexto não se refere necessariamente à vida após a morte em um paraíso. Para os que odeiam ao Senhor, a eternidade pode ser uma extensão da sua própria condição, perpetuando a sensação de inadequação, a frustração e o vazio espiritual. A eternidade se torna, então, um espelho que reflete a própria alma, amplificando aquilo que já existe no íntimo. Se o coração está cheio de ódio e rejeição, essa condição se estende indefinidamente.
É crucial entender que essa "eternidade" não é uma punição imposta arbitrariamente. É, em vez disso, uma consequência natural da escolha de se afastar da fonte da vida e do amor. O amor divino está sempre disponível, mas a escolha de rejeitá-lo implica em viver uma realidade desprovida da plenitude e da alegria que esse amor proporciona. A eternidade, portanto, se torna uma jornada contínua, um reflexo das decisões tomadas durante a vida terrena.
Em essência, o versículo nos convida a refletir sobre a importância da escolha e do livre-arbítrio. A submissão verdadeira, aquela que traz paz e contentamento, é aquela que nasce do amor e da compreensão. A sujeição forçada, por outro lado, revela a inevitabilidade da presença divina, mas não garante a felicidade ou a realização espiritual. A "eternidade" que se segue a essa submissão relutante se torna, então, uma perpetuação da própria miséria interior.

Banquete do Cordeiro (O) - A missa segundo um convertido: A missa segundo um convertido

Bíblia King James 1611 de Estudo Holman - Duotone - 7° Edição
