Salmo 78:11
E esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes fizera ver.
Este versículo ecoa uma verdade profunda sobre a natureza humana e nossa jornada espiritual. Esquecer as obras e maravilhas divinas não é meramente uma falha de memória, mas sim um sintoma de uma desconexão mais profunda com a nossa própria essência espiritual e com a Fonte Criadora.
Quando nos esquecemos das "obras", estamos, na verdade, negligenciando o reconhecimento dos pequenos e grandes milagres que permeiam nossa vida diária. A cura de uma doença, a superação de um obstáculo, a alegria inesperada de um encontro, a beleza de um amanhecer - todos esses são reflexos da ação divina em nosso mundo. Ao não os notarmos, fechamos nossos corações para a gratidão e a apreciação, nutrindo um estado de espírito focado na carência e na negatividade.
Esquecer as "maravilhas" significa, portanto, perder de vista a magnificência do Universo e o nosso papel integral dentro dele. É diminuir a nossa percepção da interconexão de tudo o que existe, e desvalorizar a força criativa que reside em cada um de nós. Quando deixamos de nos maravilhar com a complexidade e a beleza da natureza, com o poder da intuição, com a capacidade de amar e perdoar, nos distanciamos da nossa própria divindade.
A consequência desse esquecimento é um ciclo vicioso de descontentamento e busca incessante por algo que nos complete. Acreditamos que a felicidade reside em bens materiais, em reconhecimento externo ou em conquistas pessoais, quando, na verdade, ela está inerente à nossa capacidade de reconhecer e valorizar a presença divina em cada momento. Ao nos reconectarmos com a memória das obras e maravilhas que já experimentamos, abrimos um portal para a abundância, para a alegria e para a paz interior.
Lembrar-se é, portanto, um ato de reverência e gratidão. É um convite para cultivar a atenção plena e a consciência da presença divina em todas as coisas. É um chamado para despertar a nossa essência espiritual e reconhecer a nossa natureza divina. É um caminho para a verdadeira libertação e para a realização do nosso potencial máximo como seres humanos.

Confissões de Santo Agostinho - Edição de Luxo Almofadada

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