Salmo 73:9
Põem as suas bocas contra os céus, e as suas línguas andam pela terra.
O versículo "Põem as suas bocas contra os céus, e as suas línguas andam pela terra" do Salmo 73, versículo 9, pinta um quadro vívido da arrogância e da desconexão espiritual.
"Põem as suas bocas contra os céus" sugere uma atitude de desafio e blasfêmia em relação ao divino. Não se trata apenas de proferir palavras ofensivas, mas de uma postura interna de rebelião contra os princípios espirituais superiores. Imagine alguém cuspindo para o céu, desafiando a própria fonte da vida e da sabedoria. Essa pessoa se coloca em oposição ao sagrado, rejeitando a humildade e a reverência.
Essa atitude pode manifestar-se de várias formas: questionando a existência de Deus com sarcasmo, negando a validade das verdades espirituais, ou mesmo justificando ações egoístas e destrutivas com argumentos que desconsideram o bem maior. É uma tentativa de diminuir o céu, de rebaixar o espiritual ao nível do material, buscando validar uma visão de mundo limitada e centrada no ego.
"E as suas línguas andam pela terra" complementa a primeira parte, revelando as consequências dessa desconexão. Enquanto a boca desafia o céu, a língua vaga sem rumo pela terra, espalhando fofocas, calúnias, mentiras e palavras vazias. A língua, que deveria ser um instrumento de comunicação para o bem, torna-se uma ferramenta de destruição, alimentando a discórdia e o sofrimento.
A falta de conexão com o divino resulta em uma linguagem terrena, superficial e muitas vezes venenosa. A pessoa, desorientada e sem um propósito maior, usa suas palavras para manipular, controlar e se autopromover, em vez de construir pontes de compreensão e compaixão. A língua, solta e sem freio, reflete a alma que se perdeu em meio às preocupações mundanas, esquecendo-se da importância da verdade e da integridade.
Em essência, o versículo nos alerta sobre o perigo de nos distanciarmos do divino. Quando negamos a existência de algo maior que nós mesmos, perdemos o senso de propósito e nos tornamos vulneráveis à negatividade. Nossas palavras, então, refletem essa desconexão, contribuindo para um mundo de desconfiança e superficialidade. O caminho para a cura reside em reconectar-nos com o céu, em buscar a humildade e a sabedoria, e em usar nossas línguas para edificar e inspirar.

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