Salmo 69:34
Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move.
Este versículo é um convite cósmico à celebração, uma sinfonia universal de louvor que ecoa através de todas as dimensões da existência. Ele nos revela que a divindade, a fonte de tudo que é, não é apenas um conceito abstrato, mas uma presença vibrante e pulsante que permeia cada partícula do universo.
Quando dizemos "Louvem-no os céus", não estamos nos referindo apenas ao firmamento estrelado que vemos à noite. Os céus, neste contexto, representam as mais elevadas esferas da consciência, os planos sutis da existência onde a luz divina irradia em sua plenitude. São os reinos da intuição, da inspiração e da sabedoria, onde os anjos, os guias espirituais e as almas iluminadas entoam hinos de gratidão e reverência.
A "terra", por sua vez, simboliza a manifestação física da realidade, o plano material onde experimentamos a vida em sua forma mais densa e tangível. Louvar a divindade na terra significa reconhecer a sacralidade em cada detalhe da criação, desde a majestade das montanhas até a beleza singela de uma flor. É valorizar a abundância que nos é oferecida, honrando os recursos naturais e cultivando um relacionamento harmonioso com o planeta.
Os "mares" e "tudo quanto neles se move" representam as profundezas da alma, o inconsciente coletivo onde residem nossos medos, nossas emoções e nossos desejos mais profundos. Louvar a divindade nos mares significa mergulhar em nosso interior, confrontar nossas sombras e permitir que a luz da consciência ilumine os recantos mais obscuros do nosso ser. É aceitar a impermanência da vida, a fluidez das emoções e a constante transformação que nos permite evoluir.
A beleza deste versículo reside na sua abrangência. Ele nos lembra que a espiritualidade não é uma prática isolada, confinada a templos ou momentos de oração. Ela é uma forma de ser, uma atitude de gratidão e reverência que se manifesta em cada aspecto de nossa vida. Louvar a divindade é respirar conscientemente, é amar incondicionalmente, é servir ao próximo com compaixão e é celebrar a beleza e a maravilha da criação em todas as suas formas.
Portanto, que cada um de nós, em nosso próprio caminho e à nossa própria maneira, possamos nos unir a esta sinfonia universal de louvor, permitindo que a luz divina ressoe em nossos corações e transforme o mundo ao nosso redor.

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