Salmo 69:26
Pois perseguem àquele a quem feriste, e conversam sobre a dor daqueles a quem chagaste.
Este versículo, profundo em sua essência, revela uma triste realidade do comportamento humano e suas consequências no plano espiritual. Ele nos fala sobre a persistência da maldade e da falta de compaixão, mesmo diante do sofrimento alheio.
"Pois perseguem àquele a quem feriste": Aqui, a referência a "aquele a quem feriste" não se limita a uma agressão física. Ela abrange todas as formas de dor que infligimos ao outro - a dor emocional causada por palavras cruéis, a dor da traição, a dor da injustiça, a dor do abandono. Quando Deus permite que alguém experimente uma provação, seja como um teste de fé, uma lição para o crescimento ou uma consequência de suas próprias ações, essa pessoa já está vulnerável e fragilizada.
O versículo denuncia a atitude daqueles que, ao invés de oferecerem apoio e compreensão, aproveitam-se da fragilidade do outro para intensificar seu sofrimento. É como se, vendo alguém já caído, resolvessem chutá-lo ainda mais para o fundo do poço. Essa perseguição pode se manifestar de diversas formas: através de fofocas, julgamentos, exclusão social, ou mesmo através de atos de violência e opressão.
Espiritualmente, essa atitude revela uma profunda desconexão com a fonte divina de amor e compaixão. Ao invés de serem canais de cura e consolo, essas pessoas se tornam instrumentos de sofrimento, acumulando carma negativo para si mesmas. Agir assim demonstra uma falta de empatia, uma incapacidade de se colocar no lugar do outro e sentir sua dor.
"E conversam sobre a dor daqueles a quem chagaste": Essa segunda parte do versículo agrava ainda mais a situação. Não basta apenas perseguir e ferir; há também um prazer mórbido em discutir e divulgar o sofrimento alheio. As "chagas" representam as feridas profundas, as marcas deixadas pela dor. As pessoas que conversam sobre essas chagas não o fazem com o objetivo de ajudar ou oferecer suporte, mas sim para alimentar seu próprio ego, sentir-se superiores ou simplesmente saciar sua curiosidade insensível.
Essa atitude é como abrir a ferida do outro repetidamente, impedindo que ela cicatrize. Cada vez que a dor é revivida através da conversa, a vítima revive o trauma e a angústia. Espiritualmente, essa fofoca e esse escárnio criam uma atmosfera densa de negatividade, contaminando o ambiente e afetando todos os envolvidos.
Em resumo, o versículo nos adverte sobre a importância da compaixão e da empatia. Ele nos lembra que todos nós passamos por momentos de dor e sofrimento, e que a maneira como reagimos ao sofrimento do outro define nossa própria jornada espiritual. Ao invés de perseguir e conversar sobre a dor alheia, devemos buscar ser instrumentos de cura e consolo, oferecendo amor, compreensão e apoio àqueles que mais precisam.

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