Salmo 64:6
Andam inquirindo malícias, inquirem tudo o que se pode inquirir; e ambos, o íntimo pensamento de cada um deles, e o coração, são profundos.
Este versículo mergulha nas profundezas da natureza humana, revelando a tendência para a busca do mal e a complexidade dos pensamentos e intenções que residem no coração. Ele nos convida a refletir sobre a sombra que existe em nós, sobre a capacidade de planejar e executar ações que prejudicam a nós mesmos e aos outros.
A frase "Andam inquirindo malícias" descreve uma busca ativa e deliberada pelo mal. Não se trata de um tropeço ocasional, mas de uma inclinação constante a desenterrar, investigar e até mesmo criar oportunidades para o mal se manifestar. Essa busca pode se manifestar de diversas formas: através da fofoca, da manipulação, da inveja, da vingança ou da busca por poder a qualquer custo.
A expressão "inquirem tudo o que se pode inquirir" enfatiza a persistência e a meticulosidade nessa busca pelo mal. Não há limites para onde a mente se aventura, buscando falhas, fraquezas e vulnerabilidades nos outros. É uma investigação implacável, alimentada por uma sede insaciável por encontrar algo que possa ser usado para fins egoístas ou destrutivos.
A parte final do versículo, "e ambos, o íntimo pensamento de cada um deles, e o coração, são profundos", revela a complexidade interior que alimenta essa busca pelo mal. O "íntimo pensamento" representa a capacidade de raciocínio, de planejamento e de elaboração de estratégias. O "coração" simboliza a sede das emoções, dos desejos e das intenções. A profundidade de ambos sugere que a raiz do mal reside em camadas profundas da psique humana, onde as motivações são complexas e nem sempre conscientes.
Em essência, o versículo nos alerta para a capacidade que todos temos de nos tornarmos mestres na arte da maldade. Ele nos convida a examinar nossos próprios pensamentos e intenções, a confrontar as sombras que residem em nosso interior e a cultivar a bondade, a compaixão e o amor como antídotos contra a tendência para o mal. É um chamado à autoconsciência e à transformação interior, para que possamos escolher o caminho da luz em vez de nos perdermos nas trevas da malícia.

Catecismo da Igreja Católica (edição de bolso)

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