Salmo 62:12
A ti também, Senhor, pertence a misericórdia; pois retribuirás a cada um segundo a sua obra.
"A ti também, Senhor, pertence a misericórdia; pois retribuirás a cada um segundo a sua obra." Este versículo carrega uma profunda dualidade que reflete a complexidade da jornada espiritual humana.
A primeira parte, "A ti também, Senhor, pertence a misericórdia," é um reconhecimento da natureza essencial de Deus. A misericórdia divina é ilimitada, um oceano de compaixão que envolve toda a criação. Ela é a base da nossa esperança, a certeza de que, mesmo em meio às nossas falhas e imperfeições, somos amparados por uma força que busca o nosso bem-estar. A misericórdia não significa isenção de consequências, mas sim um amor incondicional que nos oferece oportunidades infinitas de aprendizado e redenção. É um convite constante para nos reconciliarmos com o nosso verdadeiro eu e com a divindade.
A segunda parte, "pois retribuirás a cada um segundo a sua obra," introduz a lei da ação e reação, o carma. Não se trata de uma punição arbitrária, mas sim de uma consequência natural das nossas escolhas. Cada pensamento, palavra e ação semeia uma semente que, inevitavelmente, germinará e dará frutos. Esses frutos podem ser doces ou amargos, dependendo da natureza da semente. A "obra" a que se refere o versículo não se limita apenas a ações externas, mas também inclui a intenção por trás delas, a motivação do nosso coração. A retribuição, nesse sentido, é um processo de aprendizado, uma oportunidade de compreendermos as consequências das nossas escolhas e de alinharmos as nossas ações com o bem maior.
A aparente contradição entre a misericórdia e a retribuição se dissolve quando compreendemos que ambas são faces da mesma moeda divina. A misericórdia nos oferece a chance de corrigir o curso, de aprender com os nossos erros e de evoluir espiritualmente. A retribuição nos mostra as consequências das nossas escolhas, nos incentivando a semear o bem e a cultivar a virtude. Juntas, a misericórdia e a retribuição criam um sistema de justiça cósmica que nos guia em direção à nossa própria perfeição.
Em última análise, este versículo nos convida a refletir sobre a nossa responsabilidade na criação da nossa própria realidade. Somos co-criadores do nosso destino, e as nossas escolhas moldam o nosso caminho. Ao reconhecermos a misericórdia divina e ao assumirmos a responsabilidade pelas nossas obras, podemos nos tornar instrumentos de paz, amor e cura no mundo.

Alma ferida, alma curada: Os caminhos da fé para vencer os problemas

Bíblia King James 1611 de Estudo Holman - Duotone - 7° Edição
