Salmo 59:11

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Não os mates, para que o meu povo não se esqueça; espalha-os pelo teu poder, e abate-os, ó Senhor, nosso escudo.

Explicação

Este versículo, carregado de uma aparente contradição, nos convida a uma reflexão profunda sobre a justiça divina e a importância da memória na jornada espiritual. A frase inicial, "Não os mates, para que o meu povo não se esqueça", revela uma estratégia divina que transcende a mera punição. A ideia central é que a presença contínua dos "inimigos", daqueles que nos desafiam e testam, serve como um lembrete constante das nossas fraquezas, das nossas vulnerabilidades e da necessidade de permanecer vigilantes no caminho da fé.

Esses "inimigos" podem ser interpretados de diversas maneiras: como forças externas que nos tentam, como nossos próprios vícios e hábitos negativos, ou mesmo como as sombras interiores que habitam nossa psique. Ao invés de eliminá-los completamente, Deus permite que permaneçam, não por benevolência para com eles, mas para o benefício do Seu povo. A sua presença constante serve como um catalisador para o crescimento espiritual, forçando-nos a confrontar nossos demônios internos e a buscar incessantemente a Sua proteção e orientação.

A segunda parte do versículo, "espalha-os pelo teu poder, e abate-os, ó Senhor, nosso escudo", complementa a primeira, revelando a verdadeira natureza da justiça divina. Aqui, não se trata de eliminar fisicamente os inimigos, mas sim de despojá-los do seu poder, de neutralizar a sua influência nefasta. "Espalhá-los" significa desmantelar a sua capacidade de nos unir contra Deus, de dispersar a sua força coletiva. Ao espalhá-los, Deus os enfraquece, tornando-os menos capazes de nos desviar do caminho da retidão.

O pedido para "abate-los" não implica aniquilação, mas sim subjugação. Significa quebrar o seu domínio sobre nós, torná-los impotentes diante da nossa fé e da nossa conexão com o divino. Essa subjugação é alcançada através do "poder" de Deus, da Sua infinita força e sabedoria, que nos protege como um "escudo". Este escudo não nos isenta dos desafios, mas nos fortalece para enfrentá-los, garantindo que, mesmo em meio à adversidade, a nossa fé permaneça inabalável.

Em suma, o versículo nos ensina que a verdadeira vitória não reside na eliminação dos nossos desafios, mas na nossa capacidade de superá-los com a ajuda divina. A presença constante dos "inimigos" serve como um lembrete da nossa necessidade de Deus, enquanto a Sua proteção nos capacita a transformar os obstáculos em oportunidades de crescimento espiritual. A chave para a libertação reside na fé, na vigilância constante e na confiança inabalável no poder divino que nos protege e nos guia.

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