Salmo 55:10

O versículo "De dia e de noite a cercam sobre os seus muros; iniquidade e malícia estão no meio dela" revela uma cidade, um espaço, tanto físico quanto simbólico, sob constante assédio. Os "muros" representam as defesas da alma, as barreiras que tentamos construir contra influências negativas. No entanto, a persistência do cerco, "de dia e de noite", indica que essas defesas são constantemente testadas, constantemente desafiadas.

Espiritualmente, podemos interpretar os "muros" como nossa fé, nossa moral, nossos valores. O cerco contínuo sugere que as tentações, os pensamentos negativos e as influências externas que nos afastam do caminho da luz nunca cessam. Eles estão sempre à espreita, procurando brechas em nossas armaduras espirituais.

A expressão "iniquidade e malícia estão no meio dela" é ainda mais perturbadora. Não se limita a um ataque externo; o mal reside internamente, infiltrado no coração da cidade, ou seja, no cerne do ser. Isso pode significar que nossos próprios pensamentos, desejos e ações são contaminados por intenções negativas, egoísmo e falta de compaixão. A batalha não é apenas contra forças externas, mas também contra a sombra que habita dentro de nós.

A persistência desse estado, "de dia e de noite", enfatiza a importância da vigilância constante. Não podemos nos dar ao luxo de baixar a guarda, de nos tornarmos complacentes em nossa jornada espiritual. Requer uma prática diária de autoconsciência, reflexão e busca pela luz interior para combater as trevas que nos cercam e que residem em nós. A prece, a meditação, a busca pelo conhecimento e a prática da bondade são ferramentas essenciais para fortalecer os muros da alma e expulsar a iniquidade e a malícia que ali se instalaram.

A imagem apresentada é de uma luta constante, uma batalha entre o bem e o mal que se trava tanto no mundo exterior quanto em nosso interior. A esperança reside na possibilidade de fortalecer nossos muros, de purificar nossos corações e de resistir à constante investida das forças negativas. Reconhecer a presença da iniquidade e da malícia é o primeiro passo para combatê-las e buscar a paz interior.