Salmo 52:3

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Tu amas mais o mal do que o bem, e a mentira mais do que o falar a retidão. (Selá.)

Explicação

Este versículo penetra profundamente na inclinação humana, revelando uma preferência perturbadora pelo que é sombrio em detrimento da luz. "Tu amas mais o mal do que o bem" não se refere apenas a atos flagrantemente perversos, mas sim à sutil atração que a negatividade exerce sobre nós. Essa atração pode se manifestar como complacência com pensamentos negativos, fofocas, inveja ou até mesmo uma relutância em abandonar hábitos destrutivos. No fundo, a escolha pelo mal reside na ilusão de que ele oferece gratificação imediata ou poder, mesmo que este seja passageiro e ilusório.

A escolha pelo "mal" muitas vezes decorre do nosso ego, que busca incessantemente a autoafirmação, mesmo que isso signifique prejudicar outros ou a nós mesmos. O ego se alimenta de comparações, julgamentos e sentimentos de superioridade, atitudes que fomentam o mal no mundo. Amar o mal, neste contexto, significa nutrir esse ego e permitir que ele dite nossas ações, obscurecendo nossa capacidade de discernir o bem maior.

A segunda parte do versículo, "e a mentira mais do que o falar a retidão", expõe a nossa propensão a distorcer a verdade para benefício próprio ou para evitar confrontos. A mentira pode assumir muitas formas, desde a falsidade descarada até a omissão sutil de informações relevantes. Preferir a mentira à retidão demonstra uma falta de integridade e uma desconexão com a nossa essência divina. A verdade, por outro lado, nos liberta e nos alinha com a ordem cósmica.

A retidão, neste contexto, não se limita à honestidade verbal, mas também à integridade em nossos pensamentos e ações. Falar a retidão exige coragem para enfrentar as nossas próprias imperfeições e para defender o que é justo, mesmo quando isso é difícil ou impopular. A escolha pela mentira, por outro lado, nos aprisiona em uma teia de enganos e nos afasta da nossa verdadeira natureza.

O "Selá" no final do versículo serve como um convite à reflexão profunda. Ele nos incita a pausar, a examinar nossos corações e a confrontar a nossa própria tendência a escolher o mal e a mentira em detrimento do bem e da verdade. É um chamado para a autoanálise e para um compromisso renovado com a busca da luz e da integridade em todas as áreas de nossas vidas.

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