Salmo 50:21
Estas coisas tens feito, e eu me calei; pensavas que era tal como tu, mas eu te repreenderei, e as porei por ordem diante dos teus olhos:
Este versículo, extraído de um contexto de admoestação divina, revela profundas verdades sobre a natureza da paciência divina, a ilusão da projeção e a inevitabilidade da correção espiritual.
A frase "Estas coisas tens feito, e eu me calei" nos fala sobre a longanimidade de Deus, ou da Fonte Criadora, ou da Inteligência Universal. Não se trata de uma aprovação silenciosa das ações, mas sim de um período de espera e observação. Durante este tempo, a oportunidade para o auto-arrependimento e a auto-correção está presente. A quietude não é sinal de ignorância ou indiferença, mas um espaço concedido para o crescimento individual.
A parte crucial "pensavas que era tal como tu" expõe a armadilha da projeção. Muitas vezes, projetamos nossas próprias limitações, falhas e compreensões deturpadas sobre o Divino. Julgamos o Todo a partir da nossa perspectiva finita, imaginando que a Fonte opera sob as mesmas restrições e motivações que nós. Essa projeção cria uma imagem distorcida de Deus, uma divindade à nossa imagem e semelhança, o que é uma profunda ilusão.
A afirmação "mas eu te repreenderei, e as porei por ordem diante dos teus olhos" sinaliza o fim da paciência passiva e o início de uma intervenção ativa. A repreensão aqui não deve ser entendida como punição vingativa, mas como uma correção amorosa. É um despertar para a realidade, um chamado à responsabilidade pelas próprias ações. A expressão "porei por ordem diante dos teus olhos" implica uma clareza repentina, onde as consequências e os motivos ocultos das ações se tornam visíveis e compreensíveis.
Espiritualmente, este versículo nos ensina que a jornada de volta à Fonte envolve o reconhecimento e a superação de nossas projeções. Precisamos transcender a visão limitada que temos de Deus, desfazendo as ilusões que criamos. A correção divina, quando chega, é uma oportunidade para o crescimento e a transformação. Através dela, podemos alinhar nossas ações com a vontade da Fonte e manifestar nosso verdadeiro potencial espiritual. É um convite para olhar para dentro, reconhecer nossas sombras e abraçar a luz que reside em nós.

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