Salmo 50:19
Soltas a tua boca para o mal, e a tua língua compõe o engano.
Este versículo, em sua essência, nos adverte sobre o poder destrutivo das palavras mal direcionadas e da falsidade que reside na intenção de enganar. Espiritualmente, a boca representa a porta de manifestação do nosso interior. Quando a "soltamos para o mal", significa que permitimos que energias negativas, originadas de pensamentos e emoções desequilibradas, se materializem no mundo através da nossa fala.
A língua, por sua vez, é o instrumento dessa manifestação. "Compõe o engano" porque, ao invés de ser um veículo de verdade e amor, torna-se uma ferramenta para manipular, distorcer e prejudicar. O engano, nesse contexto, não se limita a mentiras explícitas. Abrange também a manipulação sutil, a omissão da verdade e a criação de falsas impressões com o objetivo de obter vantagens ou prejudicar outrem.
Espiritualmente, cada palavra que proferimos carrega uma vibração. Palavras de ódio, inveja, julgamento e falsidade criam uma ressonância negativa que afeta não apenas o alvo daquelas palavras, mas também o próprio emissor. A lei do retorno, ou karma, nos ensina que a energia que enviamos ao universo retorna a nós em algum momento. Portanto, ao soltar a boca para o mal e compor o engano, estamos, na verdade, semeando sofrimento para nós mesmos no futuro.
A cura para essa tendência destrutiva reside na autoconsciência e no cultivo de virtudes como a honestidade, a compaixão e a sabedoria. Antes de falar, é fundamental refletir sobre a intenção por trás das nossas palavras. Estamos buscando a verdade, a harmonia e o bem-estar de todos os envolvidos, ou estamos movidos por desejos egoístas e pela necessidade de controlar ou manipular os outros?
Dominar a língua, no sentido de utilizá-la para o bem, é um dos grandes desafios da jornada espiritual. Requer disciplina mental, controle emocional e um profundo compromisso com a verdade. A prática da meditação e do silêncio interior pode nos ajudar a acalmar a mente e a discernir entre os impulsos destrutivos e as inspirações elevadas.
Em resumo, este versículo nos convida a sermos guardiões da nossa palavra, conscientes do poder que ela possui para criar ou destruir. Ao escolhermos falar com verdade, amor e compaixão, contribuímos para a construção de um mundo mais justo, harmonioso e feliz para todos. A boca e a língua, quando alinhadas com o bem, tornam-se instrumentos de cura e transformação.

Alma ferida, alma curada: Os caminhos da fé para vencer os problemas

Bíblia King James 1611 de Estudo Holman - Duotone - 7° Edição
