Salmo 46:8
Vinde, contemplai as obras do Senhor; que desolações tem feito na terra!
O versículo "Vinde, contemplai as obras do Senhor; que desolações tem feito na terra!" nos convida a uma profunda reflexão sobre a dualidade da Divindade, um tema central em muitas tradições espirituais. Primeiramente, somos chamados a "vir e contemplar". Este convite transcende a mera observação física; é um apelo para abrirmos nossos corações e mentes para a percepção espiritual. É um chamado para testemunhar, com a alma, a manifestação do poder divino.
A frase "as obras do Senhor" abrange a totalidade da criação e dos eventos que nela se desenrolam. Inclui tanto a beleza e a harmonia da natureza quanto os momentos de caos e destruição. Reconhecer que todas essas manifestações são "obras do Senhor" implica uma aceitação da totalidade do plano divino, mesmo quando este plano se apresenta de formas que nos parecem incompreensíveis ou dolorosas.
A parte que menciona "desolações tem feito na terra!" é talvez a mais desafiadora. A palavra "desolações" evoca imagens de devastação, sofrimento e perda. Espiritualmente, essas desolações podem ser interpretadas como momentos de purificação e transformação. Assim como um incêndio florestal pode limpar a mata para o surgimento de uma nova vida, as desolações, na perspectiva divina, podem ser necessárias para a renovação e o crescimento espiritual da humanidade e do planeta.
É importante ressaltar que a interpretação deste versículo não implica em justificar ou minimizar o sofrimento. Em vez disso, ele nos convida a buscar um entendimento mais profundo do papel do sofrimento em nosso caminho espiritual. As "desolações" podem ser vistas como catalisadores para o despertar da consciência, para a revisão de valores e para a busca de um propósito mais elevado. Elas podem nos forçar a confrontar nossas ilusões, a abandonar apegos e a desenvolver compaixão e resiliência.
Contemplar as "desolações" também nos lembra da impermanência de todas as coisas. Tudo está em constante fluxo, e a mudança é a única constante. Reconhecer essa impermanência pode nos ajudar a viver com mais gratidão no presente e a aceitar as perdas com mais serenidade. Ao invés de resistir à mudança, podemos aprender a fluir com ela, confiando que mesmo nos momentos mais sombrios, a luz divina está presente, guiando-nos em direção a um futuro melhor.
Em suma, o versículo nos convida a uma visão holística da realidade, onde a beleza e a destruição, a alegria e a tristeza, o nascimento e a morte são todas partes integrantes de um único e vasto processo de evolução espiritual. Ao contemplar as "obras do Senhor", mesmo as "desolações", podemos encontrar significado e propósito, fortalecendo nossa fé e aprofundando nossa conexão com o Divino.

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