Salmo 4:6

"Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem?" Essa indagação reflete uma busca universal e ancestral pela felicidade, pelo contentamento, por algo que preencha o vazio existencial. É um grito da alma que anseia por direção em meio à confusão e ao sofrimento do mundo. As pessoas, em sua jornada, procuram incessantemente por fontes externas de bem-estar, acreditando que a riqueza, o poder, o reconhecimento ou o prazer momentâneo trarão a tão almejada satisfação.

No entanto, o versículo sugere que essa busca externa é, em grande parte, ilusória. A verdadeira fonte do bem não reside em conquistas materiais ou efêmeras, mas sim em uma conexão profunda com o divino. A pergunta em si demonstra uma descrença na capacidade humana de encontrar o bem por conta própria. Há um reconhecimento implícito de que a sabedoria e a orientação necessárias para discernir o verdadeiro bem estão além do alcance da mente humana limitada.

"Senhor, exalta sobre nós a luz do teu rosto." Essa é a resposta a essa busca. É um clamor por iluminação espiritual, um pedido para que a presença divina se manifeste em nossas vidas. A "luz do teu rosto" representa a graça, a misericórdia, o amor incondicional e a sabedoria de Deus. É o brilho da verdade que dissipa a escuridão da ignorância e do sofrimento. Ao pedir para que essa luz seja exaltada sobre nós, estamos nos rendendo à vontade divina, reconhecendo que a verdadeira felicidade e o verdadeiro bem só podem ser encontrados em comunhão com o Criador.

Essa luz não é apenas uma sensação passageira de bem-estar, mas uma transformação profunda em nosso ser. Ela nos capacita a ver o mundo com clareza, a discernir o que é verdadeiro do que é falso, o que é eterno do que é passageiro. Ela nos guia em nossos caminhos, nos protege do mal e nos fortalece para enfrentar os desafios da vida. A luz do rosto de Deus é a fonte da paz interior, da alegria duradoura e do amor que transcende todas as barreiras.

Ao buscar a luz do rosto de Deus, não estamos apenas pedindo por bênçãos individuais, mas também por uma transformação coletiva. Quando a luz divina ilumina nossas vidas, somos chamados a compartilhar essa luz com o mundo, a ser instrumentos de amor, compaixão e justiça. A verdadeira busca pelo bem não é egoísta, mas sim um chamado para servir aos outros e para construir um mundo mais justo e harmonioso, refletindo a luz divina em cada ação e em cada palavra.