Salmo 38:14
Assim eu sou como homem que não ouve, e em cuja boca não há reprovação.
Este versículo, despojado do contexto imediato (Salmos 38:14), revela uma postura de profunda introspecção e, possivelmente, de aceitação silenciosa diante de adversidades ou acusações. "Assim eu sou como homem que não ouve" sugere uma escolha consciente de se distanciar do ruído externo, das críticas e dos julgamentos alheios. Não se trata de surdez física, mas de uma recusa em se deixar abalar pelas palavras que vêm de fora.
Espiritualmente, isso pode indicar um estado de presença e atenção plena, onde o indivíduo se concentra na sua própria verdade interior, na sua conexão com o Divino, em vez de se perder nas opiniões e expectativas dos outros. É um ato de libertação, um reconhecimento de que a validação externa não é necessária para a própria paz e integridade.
"E em cuja boca não há reprovação" complementa essa imagem de silêncio interior. Não havendo reprovação, nem defesa, nem retaliação, o indivíduo demonstra um alto grau de autocontrole e de desapego do ego. Em vez de se envolver em discussões ou debates, escolhe permanecer em silêncio, talvez por entender que as palavras são inúteis diante da dor, da incompreensão ou da malícia.
Este silêncio, contudo, não é necessariamente passivo ou covarde. Pode ser uma forma poderosa de resistência, uma maneira de não alimentar a negatividade e de proteger a própria energia. Ao não reagir, o indivíduo evita entrar no jogo do outro, mantendo-se fiel aos seus próprios valores e princípios.
Numa perspectiva mais profunda, a ausência de reprovação pode também indicar uma aceitação incondicional do outro, uma compreensão de que todos estão em sua própria jornada, sujeitos a erros e imperfeições. É uma atitude de compaixão, que reconhece a humanidade em cada um, mesmo naqueles que nos ferem ou nos criticam.
Portanto, este versículo nos convida a cultivar a escuta interior, a silenciar o ruído externo e a responder às adversidades com sabedoria e compaixão. É um chamado para a autenticidade, para a presença e para a aceitação, tanto de nós mesmos quanto dos outros. É um caminho para a paz interior e para a libertação espiritual.

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