Salmo 35:23
Desperta e acorda para o meu julgamento, para a minha causa, Deus meu e Senhor meu.
Este versículo, "Desperta e acorda para o meu julgamento, para a minha causa, Deus meu e Senhor meu," é um clamor profundo, uma súplica que emana da alma necessitada. Ele expressa um desejo ardente por intervenção divina, um pedido para que Deus se manifeste ativamente em uma situação de angústia ou injustiça. Aquele que ora não está pedindo apenas por consolo, mas por uma ação direta de Deus.
O ato de "despertar" e "acordar" sugere um estado de latência, de inatividade. Aquele que clama sente que Deus, de alguma forma, parece estar distante, adormecido em relação à sua dor. Não se trata de questionar a onipotência divina, mas de expressar a sensação de abandono, a impressão de que a presença de Deus não está sendo sentida na situação presente. É um pedido para que Deus saia desse estado percebido de inércia e se mostre atuante.
O "meu julgamento" e a "minha causa" revelam que a pessoa se sente injustiçada ou oprimida. Ela acredita que está sendo vítima de alguma forma de mal, seja por ações de outros, por circunstâncias adversas ou por provações internas. Ao pedir "para o meu julgamento," ela não está necessariamente buscando vingança, mas sim um restabelecimento da justiça, um reconhecimento da verdade e uma reparação do dano sofrido. A "causa" é a essência do seu sofrimento, o motivo pelo qual ela se sente compelida a clamar.
A invocação "Deus meu e Senhor meu" demonstra uma relação íntima e de submissão. "Deus meu" expressa a fé pessoal, a convicção de que existe um vínculo único e especial com o Divino. "Senhor meu" reconhece a autoridade e o poder de Deus, a sua capacidade de influenciar e transformar a realidade. Ao usar ambas as expressões, o orante demonstra confiança e entrega, colocando-se à disposição da vontade divina.
Em um nível mais profundo, este versículo pode ser interpretado como um apelo para que despertemos a nossa própria consciência divina. Talvez a injustiça que percebemos no mundo seja um reflexo da nossa própria falta de ação, da nossa própria inércia em relação à nossa missão de vida. O chamado para "despertar" pode ser um convite para nos reconectarmos com a nossa essência espiritual, para assumirmos a responsabilidade pelo nosso destino e para agirmos em prol do bem maior.
Portanto, este versículo não é apenas um pedido de socorro, mas também um lembrete da nossa própria capacidade de cocriar a realidade. Ao clamarmos a Deus, estamos também nos chamando a nós mesmos para despertarmos para a nossa verdadeira natureza, para nos tornarmos agentes de transformação e para manifestarmos a justiça e a paz em nossas vidas e no mundo.

Alma ferida, alma curada: Os caminhos da fé para vencer os problemas

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