Salmo 35:22
Tu, Senhor, o tens visto, não te cales; Senhor, não te alongues de mim:
O versículo 22 do Salmo 35, "Tu, Senhor, o tens visto, não te cales; Senhor, não te alongues de mim," é um grito da alma, uma súplica que ressoa através das eras, expressando a angústia de quem se sente injustiçado e abandonado. É um clamor por justiça divina e por proximidade em meio à tribulação. Espiritualmente, este versículo nos convida a uma profunda reflexão sobre nossa relação com o Divino em momentos de sofrimento.
"Tu, Senhor, o tens visto" implica uma fé inabalável na onisciência de Deus. Não se trata de uma dúvida sobre se Deus está ciente da situação, mas sim de um reconhecimento de que Ele é testemunha de tudo que acontece, tanto do visível quanto do invisível. É a certeza de que Deus conhece a verdade por trás das aparências, as intenções do coração e os atos maldosos que foram cometidos. Essa linha demonstra uma confiança em que o sofrimento não passou despercebido aos olhos divinos, criando um fundamento para o pedido subsequente.
"Não te cales" é um apelo para que Deus não permaneça em silêncio diante da injustiça. O silêncio divino, nesses momentos, pode ser interpretado como indiferença ou abandono, intensificando o sofrimento. O silêncio de Deus não necessariamente significa ausência, mas pode ser percebido como uma falta de intervenção, uma demora na resposta que angustia a alma. O clamor por que Deus não se cale é um desejo de manifestação, de que a Sua voz seja ouvida, seja através de uma resposta direta, seja através de uma mudança nas circunstâncias.
"Senhor, não te alongues de mim" revela a profunda necessidade de proximidade com o Divino em tempos de crise. A sensação de distanciamento de Deus é, por vezes, mais dolorosa do que a própria aflição. Este pedido expressa o desejo de sentir a presença consoladora, a força sustentadora, o amor incondicional que emana de Deus. Não é apenas um pedido por solução dos problemas, mas por uma conexão íntima que traga paz e esperança em meio à tempestade. É um reconhecimento de que, na presença de Deus, encontramos a força para suportar e a clareza para discernir o caminho a seguir.
Em essência, o versículo 22 do Salmo 35 é um lembrete de que podemos nos aproximar de Deus com sinceridade e vulnerabilidade, expondo nossas dores e buscando Sua justiça e consolo. É um convite a confiar em Sua onisciência, clamar por Sua manifestação e buscar Sua proximidade constante, sabendo que, mesmo nos momentos mais sombrios, Ele está presente e atento ao nosso sofrimento.

Catecismo da Igreja Católica (edição de bolso)

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