Salmo 35:10

Este versículo do livro de Salmos ecoa uma profunda súplica e uma poderosa declaração de fé. Ele nos convida a uma introspecção sobre nossa própria vulnerabilidade e a imensidão do poder divino, manifestado no cuidado com os desamparados.

"Todos os meus ossos dirão: Senhor, quem é como tu?" Esta frase sugere uma entrega total, uma rendição que vai além da mente e do coração. Os ossos, a estrutura fundamental do nosso ser, representam a essência da nossa existência. Quando o salmista expressa que seus ossos clamarão, ele indica que sua fé não é apenas superficial, mas permeia cada fibra do seu ser. É um reconhecimento visceral da incomparabilidade de Deus, da Sua singularidade e do Seu poder transcendente. É uma exclamação de admiração e reverência diante da grandeza divina.

"Que livras o pobre daquele que é mais forte do que ele..." Aqui, a atenção se volta para a ação de Deus em favor dos oprimidos. O "pobre" não se refere apenas à carência material, mas também àqueles que são vulneráveis em espírito, desprovidos de poder e influência, subjugados pela injustiça e pela força bruta. A imagem de Deus libertando o fraco do forte é uma representação da Sua justiça, da Sua compaixão e do Seu compromisso com a equidade. Revela um Deus que se importa com o sofrimento humano e que intervém para proteger aqueles que não têm como se defender.

"Sim, o pobre e o necessitado daquele que o rouba." Esta repetição enfatiza a profundidade da necessidade e a crueldade da opressão. O "necessitado" é aquele que carece do essencial, que está em extrema penúria. O "roubo" não se limita ao furto de bens materiais, mas também à exploração, à manipulação e à privação da dignidade. Deus, então, se apresenta como o defensor dos indefesos, Aquele que resgata os que foram despojados e restaura a sua integridade. Ele é a fonte de esperança para aqueles que se sentem abandonados e esquecidos.

Em essência, este versículo é um hino à justiça divina e à proteção que Deus oferece aos vulneráveis. É um convite a confiarmos na Sua força, a reconhecermos a Sua incomparabilidade e a testemunharmos o Seu amor compassivo em ação no mundo. Ele nos lembra que, mesmo em meio à adversidade e à opressão, não estamos sozinhos, pois Deus é o nosso refúgio e o nosso libertador.