Salmo 32:9
Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti.
Este versículo do Salmo 32:9 nos convida a uma reflexão profunda sobre a natureza do nosso relacionamento com o Divino e a forma como conduzimos nossas vidas. Ele nos alerta para não agirmos como animais irracionais, especificamente o cavalo e a mula, que necessitam de controle externo para obedecer e se aproximar.
A imagem do cavalo e da mula representa a parte de nós que é instintiva, teimosa e propensa a seguir seus próprios desejos sem considerar a sabedoria superior. São os impulsos, as paixões descontroladas e a falta de discernimento que nos afastam do caminho da luz. O "cabresto e o freio" simbolizam as restrições externas, as dificuldades e os sofrimentos que muitas vezes experimentamos quando insistimos em trilhar um caminho contrário à nossa verdadeira essência.
A mensagem central é que a verdadeira conexão com o Divino, ou com nossa própria sabedoria interior, não deve ser forçada por meio de punição ou controle externo. Em vez disso, deve ser um movimento consciente e voluntário, impulsionado pela compreensão, pelo amor e pela vontade de evoluir espiritualmente.
Quando agimos com "entendimento", cultivamos a capacidade de discernir entre o certo e o errado, de reconhecer nossos próprios padrões destrutivos e de escolher caminhos que nos levem à paz interior e à harmonia. Isso implica em desenvolver a autoconsciência, a disciplina e a capacidade de controlar nossos impulsos, não por medo de punição, mas por um profundo desejo de nos tornarmos pessoas melhores.
Ao invés de esperarmos que a vida nos "force" a aprender através de situações dolorosas (o "cabresto e o freio"), somos chamados a buscar a compreensão e a sabedoria por meio da meditação, da oração, do estudo e da reflexão. Ao fazermos isso, nos tornamos mais receptivos à orientação divina e mais capazes de trilhar o caminho da evolução com alegria e propósito.
Em essência, o versículo nos incentiva a transcender a nossa natureza instintiva e a abraçar a nossa capacidade de pensar, sentir e agir com consciência e amor. Ao fazermos isso, nos aproximamos do Divino não por obrigação, mas por livre e espontânea vontade, experimentando a verdadeira liberdade e a plenitude do ser.

Catecismo da Igreja Católica (edição de bolso)

Bíblia King James 1611 de Estudo Holman - Duotone - 7° Edição
