Salmo 31:23
Amai ao Senhor, vós todos que sois seus santos; porque o Senhor guarda os fiéis e retribui com abundância ao que usa de soberba.
Este versículo, em sua essência, é um convite à profunda conexão com a divindade e uma clara advertência sobre as armadilhas do ego. "Amai ao Senhor, vós todos que sois seus santos" nos chama a um amor que transcende o superficial, um amor que reside na essência do ser, no reconhecimento da centelha divina que habita em cada um de nós.
Ser "santo" aqui não implica perfeição inatingível, mas sim a busca constante pela elevação espiritual, o esforço contínuo em alinhar nossos pensamentos, palavras e ações com os princípios de amor, compaixão e verdade. É o despertar para a consciência de que somos parte de um todo maior, interligados e interdependentes. Amar o Senhor, neste contexto, é amar a própria vida, amar o próximo como a nós mesmos e honrar a sacralidade da existência.
"Porque o Senhor guarda os fiéis" nos assegura que a fidelidade a este caminho de amor e verdade é recompensada. Essa "guarda" não se limita à proteção física, mas abrange o amparo espiritual, a orientação interior e a força para superar os desafios da jornada. É a certeza de que não estamos sozinhos, de que a energia divina nos acompanha e nos sustenta em cada passo.
A segunda parte do versículo, "e retribui com abundância ao que usa de soberba", traz uma reflexão sobre os perigos do ego inflado. A soberba, a arrogância e a vaidade são barreiras que nos impedem de enxergar a verdade, de nos conectarmos com a nossa essência divina e de nos abrirmos para o fluxo da abundância. A "retribuição" aqui não deve ser interpretada como uma punição divina, mas sim como uma consequência natural do desequilíbrio interior.
Quando nos deixamos dominar pelo ego, nos desconectamos da fonte de amor e sabedoria, nos isolamos em nossa própria ilusão de superioridade e perdemos a capacidade de receber as bênçãos que a vida tem a nos oferecer. A abundância, neste sentido, não se restringe a bens materiais, mas abrange a paz interior, a alegria genuína, a saúde plena e os relacionamentos harmoniosos. Ao nos humilharmos perante a grandeza divina, reconhecendo a nossa pequenez e a nossa dependência, nos abrimos para a verdadeira abundância, aquela que emana do coração e se manifesta em todas as áreas da nossa vida.

Confissões de Santo Agostinho - Edição de Luxo Almofadada

Banquete do Cordeiro (O) - A missa segundo um convertido: A missa segundo um convertido
