Salmo 22:19
Mas tu, Senhor, não te alongues de mim. Força minha, apressa-te em socorrer-me.
Este versículo, um clamor direto ao Divino, revela uma profunda intimidade e dependência espiritual. "Mas tu, Senhor, não te alongues de mim" é um grito da alma que se sente vulnerável, talvez abandonada ou em um momento de grande provação. A palavra "alongues" sugere uma distância, não necessariamente física, mas emocional ou espiritual. É como se a pessoa sentisse a presença divina se afastando, a luz se atenuando. Há um medo palpável de perder a conexão com a fonte de força e consolo.
Espiritualmente, este afastamento pode ser interpretado como uma sensação de desconexão com a nossa própria essência divina, aquela parte de nós que é pura, sábia e imutável. As provações da vida, os desafios emocionais, as dúvidas e os medos podem criar uma barreira, um véu que nos impede de sentir a presença constante do Divino em nós e ao nosso redor. O clamor para que Deus não se "alongue" é, portanto, um pedido para que essa barreira seja rompida, para que a conexão seja restabelecida.
A segunda parte do versículo, "Força minha, apressa-te em socorrer-me," intensifica o apelo. Ao chamar Deus de "Força minha," reconhece-se que toda a capacidade de superar os obstáculos, toda a resiliência e todo o poder interior emanam do Divino. É um reconhecimento da própria fragilidade humana e da necessidade urgente de auxílio. "Apressa-te em socorrer-me" demonstra uma necessidade premente, um senso de que a situação é crítica e que a ajuda divina é indispensável para a sobrevivência, seja ela física, emocional ou espiritual.
Em um contexto espiritual mais amplo, este versículo nos ensina a importância da humildade e da entrega. Reconhecer nossa dependência do Divino não é sinal de fraqueza, mas sim de sabedoria. É a compreensão de que não estamos sozinhos em nossa jornada e que podemos sempre contar com a força e a proteção do Universo. O pedido para que Deus se "apresse" não é uma exigência, mas sim uma expressão de fé e confiança, a crença de que o auxílio divino está sempre disponível, pronto para se manifestar quando mais precisamos. É um lembrete de que, mesmo nos momentos mais sombrios, a luz divina nunca se extingue completamente, apenas precisamos reacender a chama da nossa fé e clamar por sua presença.
Finalmente, este versículo ressalta a importância da oração e da conexão constante com o Divino. Não devemos esperar até estarmos em crise para buscar a ajuda divina. A oração diária, a meditação, a prática da gratidão e o cultivo da fé são formas de manter essa conexão viva e forte, para que, nos momentos de dificuldade, possamos sentir a presença divina como um porto seguro, um refúgio e uma fonte inesgotável de força e esperança.

Catecismo da Igreja Católica (edição de bolso)

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