Salmo 18:11
Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus.
O versículo "Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus" (Salmos 18:11) revela a natureza transcendente e misteriosa de Deus, utilizando a escuridão e elementos celestiais para simbolizar sua presença incompreensível à mente humana.
A expressão "Fez das trevas o seu lugar oculto" sugere que Deus habita em um reino além da nossa percepção sensorial e da nossa capacidade de compreensão racional. A treva, nesse contexto, não representa maldade ou ausência, mas sim a vastidão do desconhecido, o infinito inexplorado onde a divindade reside. É um lugar de mistério profundo, onde os pensamentos de Deus são inatingíveis e seus caminhos, insondáveis. Essa treva é um véu que protege a intensidade da sua glória, que seria ofuscante para nós em nosso estado atual.
A frase "o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas" evoca imagens de um santuário divino envolto em mistério. As águas, frequentemente associadas à criação e ao caos primordial, representam a fonte de toda a existência. A escuridão sobre essas águas intensifica a ideia de um poder criativo latente, uma força divina que antecede a própria manifestação do universo. O pavilhão, como um tabernáculo, simboliza a morada de Deus, um espaço sagrado e inacessível, protegido pela densidade das águas escuras, inacessíveis a não ser pela graça divina.
A menção às "nuvens dos céus" como parte do pavilhão divino reforça a ideia de que Deus está acima de toda a criação, transcendendo os limites do espaço e do tempo. As nuvens, que oscilam entre o céu e a terra, simbolizam a comunicação entre o divino e o humano, mas também a barreira que impede a visão clara e completa de Deus. Elas representam a maneira como Deus se revela, através de símbolos e metáforas, adaptando sua mensagem à nossa capacidade de entendimento, mas sempre mantendo um véu de mistério.
Em essência, o versículo nos convida a reconhecer a imensidão de Deus, a aceitar que sua natureza é muito maior do que podemos conceber. Ele nos lembra que a busca pela divindade é uma jornada contínua de fé e contemplação, um mergulho nas trevas do mistério, guiados pela esperança de vislumbrar a luz da sua verdade através das nuvens da nossa compreensão limitada.

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