Salmo 17:15

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Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; eu me satisfarei da tua semelhança quando acordar.

Explicação

Este versículo, retirado provavelmente de um Salmo, expressa um anseio profundo pela união com o Divino, uma busca pela verdade e pela realização espiritual que transcende a realidade terrena. Ele fala sobre contemplar a face de Deus na "justiça" e encontrar satisfação na "semelhança" divina ao despertar.

"Contemplarei a tua face na justiça": Aqui, a "face" de Deus não deve ser entendida de forma literal, mas sim como a manifestação da Sua presença, da Sua essência, da Sua verdade. Contemplar essa face significa, portanto, ter um vislumbre da divindade, experimentar a conexão com o Todo. A chave para essa contemplação é a "justiça". Não se trata apenas de justiça legal ou de seguir regras, mas de uma justiça intrínseca, um alinhamento com a verdade, a retidão e a bondade que emanam do Divino. É viver uma vida pautada pela integridade, pela compaixão e pela busca constante pelo bem, tanto para si quanto para os outros. Somente através dessa busca pela justiça interior e exterior podemos nos aproximar da presença de Deus e contemplar a Sua face.

Essa "justiça" pode ser interpretada como um estado de harmonia interior, onde as ações, pensamentos e emoções estão alinhados com a vontade divina. É um estado de pureza, de ausência de egoísmo e de apego. Alcançar esse estado exige um trabalho contínuo de auto-reflexão, de discernimento e de correção de nossos desvios. Significa abandonar velhos padrões de comportamento que nos afastam da verdade e abraçar uma nova forma de ser, mais consciente, compassiva e conectada com o Divino.

"Eu me satisfarei da tua semelhança quando acordar": Essa parte do versículo fala sobre a transformação que ocorre em nós quando nos aproximamos de Deus. "Acordar" pode ser interpretado como despertar para uma nova consciência, para uma realidade espiritual mais profunda. É sair da ilusão do mundo material e perceber a verdade da nossa natureza divina. Ao acordar para essa verdade, nos vemos refletidos na semelhança de Deus. Não somos Deus, mas somos feitos à Sua imagem e semelhança, possuímos em nós a centelha divina, o potencial para manifestar o amor, a sabedoria e a compaixão que caracterizam o Divino.

A "satisfação" mencionada aqui não é uma satisfação egoísta ou superficial, mas uma profunda sensação de plenitude e contentamento que surge ao reconhecer nossa verdadeira natureza e ao nos conectarmos com a fonte de todo o ser. É a alegria de saber que somos parte integrante do Todo, que estamos conectados com tudo e com todos. É a paz que transcende todo o entendimento, a certeza de que somos amados incondicionalmente e que estamos no caminho certo, em direção à nossa plena realização espiritual.

Em resumo, o versículo nos convida a buscar a união com Deus através da justiça e da retidão, a despertar para a nossa verdadeira natureza divina e a encontrar satisfação na semelhança com o Criador. É um caminho de transformação interior, de busca pela verdade e de entrega ao amor Divino.

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