Salmo 17:1
Ouve, Senhor, a justiça; atende ao meu clamor; dá ouvidos à minha oração, que não é feita com lábios enganosos.
Ouve, Senhor, a justiça; Este primeiro pedido é um reconhecimento profundo da natureza divina. Ao pedir para Deus "ouvir a justiça", o salmista não está simplesmente buscando uma resolução favorável para seus próprios problemas. Ele está apelando para o princípio fundamental de justiça que reside no coração do Universo, personificado em Deus. É um reconhecimento de que existe uma ordem moral superior, um padrão de retidão que transcende as leis humanas e as convenções sociais. Ao invocar a justiça de Deus, o salmista demonstra fé em que a verdade e a equidade prevalecerão, mesmo quando as circunstâncias parecem desfavoráveis.
Atende ao meu clamor; Aqui, o salmista se coloca em uma posição de vulnerabilidade e necessidade. O "clamor" não é uma simples solicitação, mas um grito que emerge das profundezas da alma, um apelo urgente por ajuda e intervenção. É uma expressão da angústia sentida diante de uma situação desafiadora, um reconhecimento da própria fragilidade e dependência de uma força maior. Ao pedir para Deus "atender" ao seu clamor, o salmista demonstra confiança na compaixão divina e na capacidade de Deus de responder às necessidades de Seus filhos.
Dá ouvidos à minha oração, que não é feita com lábios enganosos; Este último pedido ressalta a importância da sinceridade e da integridade na comunicação com o Divino. O salmista não está apenas proferindo palavras, mas abrindo seu coração a Deus com honestidade e transparência. Ao afirmar que sua oração "não é feita com lábios enganosos", ele garante a Deus (e a si mesmo) que suas intenções são puras e que sua busca não é motivada por egoísmo ou malícia. Ele está se apresentando diante de Deus com autenticidade, sem máscaras ou subterfúgios, reconhecendo que a verdadeira comunhão espiritual requer honestidade e sinceridade.
Em conjunto, estes versículos revelam uma profunda compreensão da relação entre o humano e o Divino. É um convite à prática da oração autêntica, onde a busca pela justiça, a expressão da vulnerabilidade e a sinceridade de coração se unem para criar uma conexão significativa com Deus. É um lembrete de que a verdadeira espiritualidade não reside em rituais vazios ou palavras ocas, mas em uma busca constante pela verdade, pela justiça e pela compaixão, guiada pela luz da Divindade.

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