Salmo 113:7
Levanta o pobre do pó, e do monturo levanta o necessitado,
Este versículo ressoa profundamente com a essência da compaixão e da intervenção divina na vida daqueles que sofrem. "Levantar o pobre do pó" transcende a mera ação física; é um ato de resgate da desesperança e da prostração. O pó, nesse contexto, simboliza a humilhação, a insignificância e a perda de valor. Uma pessoa coberta de pó é uma pessoa esquecida, marginalizada e consumida pelas dificuldades.
Espiritualmente, o pó representa o apego à matéria, a ilusão de que as posses e o status definem o nosso valor. Quando alguém se encontra no pó, está imerso em preocupações terrenas, perdendo de vista a sua conexão com o Divino e com o propósito maior da sua existência. Levantar essa pessoa significa remover as camadas de sofrimento e desilusão que obscurecem a sua verdadeira essência.
"Do monturo levanta o necessitado" amplia ainda mais essa imagem. O monturo, um local de descarte e decadência, representa a situação de total abandono e miséria. O necessitado, aquele que carece do essencial para sobreviver, tanto física quanto espiritualmente, encontra-se nesse estado de extrema vulnerabilidade. Ele está desprovido de esperança, fé e autoestima.
A ação de "levantar" do monturo implica uma transformação radical. Não é apenas uma questão de oferecer assistência material, mas sim de restaurar a dignidade e a esperança. É um convite para que essa pessoa redescubra a sua força interior, a sua capacidade de superação e a sua conexão com a Fonte Divina. É um ato de amor incondicional que reconhece o valor intrínseco de cada ser humano, independentemente de sua condição social ou econômica.
Essa passagem nos chama à reflexão sobre o nosso papel no mundo. Somos convidados a ser instrumentos de Deus para levar conforto, esperança e transformação àqueles que mais precisam. Ao estender a mão ao pobre e ao necessitado, não apenas aliviamos o seu sofrimento, mas também fortalecemos a nossa própria jornada espiritual, nos aproximando do amor e da compaixão que emanam do Criador. É um lembrete de que a verdadeira riqueza reside na generosidade e na capacidade de amar o próximo como a nós mesmos.

Alma ferida, alma curada: Os caminhos da fé para vencer os problemas

Catecismo da Igreja Católica (edição de bolso)
