Salmo 11:3

O versículo "Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?" é uma poderosa indagação sobre a importância da base moral e espiritual na vida, tanto individual quanto coletiva. Ele nos convida a refletir sobre o que acontece quando os princípios essenciais da justiça, da verdade e da retidão são corroídos.

Em um nível pessoal, os "fundamentos" podem representar nossos valores mais profundos, a fé que nos guia, a integridade que nos define. Quando esses pilares são abalados por provações, tentações ou desilusões, a pessoa justa se vê confrontada com uma crise. Sua capacidade de agir com retidão, de manter a esperança e de perseverar no bem fica comprometida. Ela pode se sentir perdida, desorientada, sem saber como proceder em um mundo que parece ter perdido o rumo.

No contexto social, os "fundamentos" se referem às instituições, leis e costumes que sustentam uma sociedade justa e equitativa. Quando a corrupção, a injustiça e a violência se tornam prevalentes, quando a verdade é distorcida e a mentira é glorificada, os alicerces da civilização são minados. O justo, então, se encontra em uma posição delicada. Ele se vê cercado pela impunidade, pela desigualdade e pela desesperança, e pode se sentir impotente diante da magnitude dos problemas.

A questão central do versículo não é a impossibilidade de o justo agir, mas sim a magnitude do desafio que ele enfrenta. Quando os fundamentos estão destruídos, a restauração exige um esforço hercúleo, uma coragem inabalável e uma fé profunda. O justo é chamado a ser um farol de esperança em meio à escuridão, um agente de transformação em um mundo corrompido. Ele deve se manter firme em seus princípios, mesmo quando confrontado com a oposição e a perseguição.

A resposta para a pergunta "que poderá fazer o justo?" não é única nem simples. Ela reside na força interior, na capacidade de discernir o bem do mal, na perseverança em defender a verdade e na crença de que, mesmo em meio ao caos, é possível construir um futuro melhor. O justo pode semear a esperança, praticar a compaixão, promover a justiça e inspirar outros a seguir o caminho da retidão. Sua ação, por menor que pareça, pode ter um impacto significativo na restauração dos fundamentos.

Em última análise, o versículo nos lembra que a responsabilidade de manter os fundamentos da justiça e da verdade é de cada um de nós. Não podemos nos omitir diante da corrupção e da injustiça. Devemos nos esforçar para viver de acordo com nossos valores mais profundos e para promover um mundo mais justo e equitativo para todos. A restauração dos fundamentos começa em cada coração e se manifesta em cada ação.