Salmo 108:1
Preparado está o meu coração, ó Deus; cantarei e darei louvores até com a minha glória.
"Preparado está o meu coração, ó Deus..." Esta primeira parte do versículo fala sobre a importância da intenção e do alinhamento interno. Significa que o indivíduo não está apenas cantando ou orando mecanicamente, mas que abriu seu coração e sua mente conscientemente para a conexão divina. É um estado de receptividade, onde as distrações e preocupações do mundo foram deixadas de lado para dar lugar à presença de Deus.
Preparar o coração é um ato de humildade e entrega. Reconhece-se que a verdadeira adoração não vem de rituais vazios, mas de um lugar de sinceridade e abertura. É como limpar um altar interno, removendo as ervas daninhas do ego e do orgulho, para que a luz da divindade possa brilhar livremente. Esse preparo envolve reflexão, auto-exame e a decisão consciente de priorizar a espiritualidade.
"...cantarei e darei louvores..." Aqui, a ação de cantar e louvar não é vista apenas como uma atividade religiosa, mas como uma expressão da alma. O canto se torna uma ferramenta para elevar a vibração pessoal e conectar-se com o plano espiritual. Os louvores são uma forma de gratidão e reconhecimento da bondade divina, uma maneira de expressar alegria e admiração pela criação e pelas bênçãos recebidas.
Cantar e louvar transcende as palavras; é uma linguagem da alma que comunica sentimentos profundos que, muitas vezes, não podem ser expressos de outra forma. É uma maneira de liberar emoções reprimidas, curar feridas internas e fortalecer a fé. O som da voz, quando intencionalmente direcionado a Deus, cria uma ressonância que pode transformar tanto o indivíduo que canta quanto o ambiente ao seu redor.
"...até com a minha glória." Essa última parte é particularmente poderosa. "Glória" pode ser interpretada de diversas formas, mas, nesse contexto, refere-se à essência mais pura e brilhante do ser, à centelha divina que reside em cada um de nós. Significa que o louvor não vem apenas da boca, mas de todo o ser, da alma à mente, do corpo ao espírito. É um louvor que emana da própria essência do indivíduo, um reconhecimento da divindade que reside dentro e fora dele.
Dar louvores "com a glória" implica uma entrega total e sem reservas. É um reconhecimento de que somos parte de algo maior e que a nossa própria existência é uma manifestação da divindade. É um convite para viver de forma autêntica, expressando a nossa verdadeira natureza e compartilhando os nossos dons com o mundo, em honra e gratidão a Deus. Envolve viver uma vida de integridade, bondade e compaixão, irradiando a luz divina que reside em nós.

Alma ferida, alma curada: Os caminhos da fé para vencer os problemas

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