Salmo 107:24
Esses veem as obras do Senhor, e as suas maravilhas no profundo.
O versículo "Esses veem as obras do Senhor, e as suas maravilhas no profundo" nos convida a uma jornada de descoberta espiritual, não apenas observando o mundo ao nosso redor, mas também mergulhando nas profundezas da nossa própria alma e da vastidão do universo. Ele nos fala sobre a capacidade de perceber a presença divina manifesta em cada detalhe da existência, desde o micro ao macro.
Quando o texto menciona "as obras do Senhor", não se refere apenas a eventos grandiosos ou milagres espetaculares, mas sim a cada criação, a cada ciclo de vida, a cada interação entre as forças da natureza. É a beleza de um amanhecer, a complexidade de uma célula, a força de uma tempestade, tudo refletindo a inteligência e a sabedoria do Criador.
A chave para perceber essas obras está na atenção plena e na abertura do coração. É preciso desacelerar o ritmo frenético da vida moderna, silenciar a mente tagarela e sintonizar-se com a frequência da criação. É necessário observar com curiosidade e reverência, como se estivéssemos contemplando algo pela primeira vez, despojando-nos de preconceitos e expectativas.
A expressão "as suas maravilhas no profundo" nos transporta para um reino ainda mais misterioso e fascinante. O "profundo" pode ser interpretado de diversas maneiras: as profundezas dos oceanos, inexploradas e repletas de vida; as profundezas do espaço sideral, com suas galáxias infinitas e segredos cósmicos; e, o mais importante, as profundezas do nosso próprio ser, o inconsciente, o subconsciente, o lugar onde reside a nossa essência divina.
É no mergulho nessas profundezas que encontramos as maiores maravilhas. Ao explorarmos o nosso interior, descobrimos a nossa conexão com o Todo, a nossa capacidade de amar incondicionalmente, a nossa força para superar desafios e a nossa intuição para seguir o caminho da alma. Ao nos conectarmos com o oceano e o universo, percebemos a nossa insignificância e, ao mesmo tempo, a nossa importância como parte integrante de um sistema cósmico perfeito.
A visão das obras do Senhor no profundo requer coragem e humildade. Coragem para enfrentar os nossos medos e sombras internas, para questionar as nossas crenças limitantes e para nos abrirmos ao desconhecido. Humildade para reconhecer que somos apenas aprendizes no caminho da vida, que a sabedoria divina é infinita e que sempre haverá mais a descobrir.
Em última análise, o versículo nos convida a uma vida de contemplação, de admiração e de gratidão. Uma vida onde a presença divina é reconhecida em cada instante, em cada pessoa e em cada lugar. Uma vida onde o "profundo" se torna um portal para a expansão da consciência e para a realização do nosso potencial máximo como seres espirituais em evolução.

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