Salmo 104:32
Olhando ele para a terra, ela treme; tocando nos montes, logo fumegam.
Este versículo, carregado de simbolismo, revela a imensa força e o poder transcendente de uma entidade superior, seja ela Deus, o Universo ou a própria essência da Criação. A simples ação de "olhar para a terra" provoca um tremor profundo, sugerindo que a existência terrena, com toda a sua complexidade e aparente solidez, é intrinsecamente suscetível à Vontade Divina.
O tremor da terra não é apenas um evento físico, mas uma metáfora para a transformação interna que ocorre quando nos confrontamos com a realidade da nossa pequenez diante da grandiosidade do Todo. É o ego estremecendo, as certezas vacilando, as estruturas mentais rígidas se desfazendo para dar lugar a uma nova compreensão.
Quando se diz que "tocando nos montes, logo fumegam", a imagem evoca ainda mais poder. Montanhas, tradicionalmente símbolos de estabilidade, solidez e permanência, perdem sua aparente invulnerabilidade. O toque, um ato aparentemente suave, desencadeia uma reação poderosa: o fumo, a fumaça, representam a purificação, a transformação através do fogo. Os montes, representando os desafios, os obstáculos, as grandes dificuldades da vida, são consumidos e transformados pela Presença Divina.
Essa passagem nos lembra que nada é inabalável diante da Força Criadora. As nossas maiores barreiras, sejam internas ou externas, podem ser transmutadas pelo poder do amor, da fé e da conexão com o Divino. O "fumo" representa a fumaça que surge da queima do velho, do que não serve mais, abrindo espaço para o novo, para o florescimento do potencial latente.
Em essência, o versículo aponta para a importância da humildade e da entrega. Reconhecer a imensidão do poder superior nos convida a abandonar o controle, a confiar no fluxo da vida e a permitir que a transformação aconteça. Ao invés de resistir aos "tremores" e à "fumaça", somos chamados a abraçá-los como oportunidades de crescimento e de alinhamento com o propósito maior.
Assim, este versículo nos convida a contemplar a imensidão do poder divino e a reconhecer a sua influência transformadora em nossas vidas. A terra que treme e os montes que fumegam são um lembrete constante da nossa vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, da nossa capacidade de nos rendermos à força que nos transcende, permitindo que a transformação aconteça em nós e através de nós.

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