Salmo 102:26
Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles se envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás, e ficarão mudados.
Este versículo, ecoando uma verdade profunda sobre a natureza da existência, nos convida a contemplar a diferença essencial entre o transitório e o eterno, entre o que se desfaz e o que permanece. "Eles perecerão" refere-se a tudo que é efêmero, tudo que está sujeito à lei da mudança e da decadência. Isso inclui as formas materiais, as ilusões da mente, as emoções passageiras e até mesmo as construções sociais que julgamos sólidas. Tudo que não está ancorado na Essência divina está fadado a se dissolver.
"Mas tu permanecerás" é a chave para compreender a mensagem. Esse "Tu" representa a Realidade última, o Ser eterno e imutável que reside em cada um de nós. É a Presença divina, a Consciência pura que transcende o tempo e o espaço. Enquanto as manifestações externas se desfazem, essa Essência permanece inalterada, como uma rocha firme em meio a um mar revolto.
A imagem de "envelhecer como um vestido" ilustra a inevitabilidade da deterioração. Assim como uma peça de roupa se desgasta com o tempo, as formas que experimentamos no mundo também estão sujeitas ao desgaste e à transformação. Nossos corpos, nossos pensamentos e nossas experiências são como vestimentas que usamos por um tempo, mas que eventualmente precisam ser trocadas.
"Como roupa os mudarás, e ficarão mudados" revela o poder transformador da Realidade última. A mudança, nesse contexto, não é apenas destruição, mas também renovação. Assim como trocamos uma roupa velha por uma nova, a Consciência divina transmuta as formas desgastadas em novas manifestações. Essa transformação pode ser experimentada como morte e renascimento, como a dissolução de velhos padrões e a emergência de novas possibilidades.
A mensagem central é, portanto, um convite à transcendência. Ao reconhecermos a natureza ilusória do mundo fenomênico e ao nos conectarmos com a Essência divina que reside em nós, podemos encontrar a paz e a segurança que tanto buscamos. A impermanência do mundo não precisa ser fonte de medo, mas sim um lembrete constante da importância de nos apegarmos ao que é eterno: o Amor, a Sabedoria e a Presença divina que nunca se extinguem.
Em essência, o versículo nos ensina a não nos identificarmos com o que é passageiro, mas sim a nos ancorarmos na Realidade imutável que reside em nosso interior. Ao fazermos isso, podemos testemunhar a dança da criação e da destruição com equanimidade e alegria, sabendo que a nossa verdadeira natureza permanece intocada e eterna.

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Confissões de Santo Agostinho - Edição de Luxo Almofadada
